WebtivaHOSTING // webtiva.com . Webdesign da Bahia
camara vc cmvc
DestaquesExpressão BahiaGeral

Primeira Infância Antirracista é tema de live na Semana do Bebê de Vitória da Conquista

A Prefeitura Municipal promove, até esta sexta-feira (8), a 8ª edição da Semana do Bebê, com a temática “Nascer – do despertar para a vida aos direitos sociais na primeira infância”. Nessa quinta-feira (7), servidores da rede municipal participaram de uma live sobre a Primeira Infância Antirracista (PIA), estratégia do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), lançada este ano no Brasil.

A Oficial da Primeira Infância do Unicef Brasil, Maíra Souza, ministrou sobre a estratégia que tem como objetivo chamar a atenção de profissionais brasileiros da educação, assistência social e saúde sobre os impactos do racismo no desenvolvimento infantil, além de garantir, de fato, um atendimento qualificado e humanizado, que leve em consideração as especificidades étnico-raciais das crianças e suas famílias, apoiando mães, pais ou cuidadores a exercer uma parentalidade positiva e estruturante das bases do desenvolvimento infantil.

Durante a transmissão pelo canal oficial da Prefeitura no Youtube, Maíra lembrou que é na primeira infância (de 0 a 6 anos) que a criança vai ter contato com o racismo estrutural institucional. “O racismo é silencioso nesta fase, mas está presente no cotidiano e a criança começa a compreender as relações étnico-raciais. O racismo é uma violação de direitos, promotora de estresse tóxico (estado de alerta) e um dos impactos é o racismo recreativo: problemas de socialização e inibição comportamental”, expôs.

Diferente de crianças brancas, as crianças negras e indígenas são afetadas por sofrimentos em razão de seu pertencimento racial – as discriminações vividas na infância impactam o desenvolvimento emocional e propiciam construção de uma identidade racial desvalorizada, em que as crianças negras construam referências e imagens negativas de seu grupo social.

Segundo dados apresentados pelo Unicef, quase 70% das crianças de 0 a 4 anos que estão cadastradas no CadÚnico são negras; e 73,5% da população brasileira abaixo da linha da pobreza é negra versus 72,9% da população brasileira mais rica (10%) é branca.

Porém, mais do que apresentar essa triste realidade, a palestrante enfatizou o que a sociedade pode fazer para mudar isso. A PIA vem sensibilizar sobre os impactos do racismo no desenvolvimento infantil, e mobilizar para garantia, de fato, de um atendimento qualificado e humanizado, que leve em consideração as especificidades étnico-raciais das crianças e suas famílias, apoiando mães, pais ou cuidadores a exercer uma parentalidade positiva e estruturante das bases do desenvolvimento infantil.

Maíra apresentou o material que o Unicef disponibiliza para esta sensibilização e reforçou que mais do que aprender sobre o assunto é necessário pensar em práticas antirracistas. A mobilizadora das ações do Selo Unicef no Município, Laís Pinheiro, fez coro à fala da palestrante. Parafraseando o ditado “É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”, ela declarou: “Todos nós somos responsáveis por combater o racismo cotidianamente e isso faz parte de todas as ações que fazemos. Temos o dever de combater o racismo, começando pela primeira infância até outras fases”.

O coordenador municipal de Igualdade Racial, Ricardo Alves, fez uma fala inicial na live, representando o secretário de Desenvolvimento Social, Michael Farias. Ele afirmou o compromisso da Prefeitura, principalmente do Desenvolvimento Social, no enfrentamento ao racismo. “O Governo para Pessoas tem firmado o compromisso de ser de fato para todas as pessoas, e enfrentar o racismo é prioridade”, disse.

Uma das participantes da live é Jussara Santos Andrade, mobilizadora do programa Primeira Infância do SUAS no CRAS 3 Pedrinhas. “A live teve um momento muito importante na nossa formação como mobilizadores, discutiu algumas pautas sobre o racismo, nos esclareceu muitas questões, a exemplo da nossa atuação como mobilizadores, atuação com as famílias, para a gente verificar se tem alguma criança sofrendo algum ato de racismo, ensinar aos pais, aos cuidadores a identificar se há esse racismo, porque às vezes há dentro de casa, de forma involuntária, um racismo que já vem estruturado a gerações, e ensinar a criança a reconhecer, a se defender e lutar contra esse racismo no dia a dia”, ponderou Jussara.

Para a servidora Adriana Lopes, a live foi de grande importância para um melhor entendimento. “Não só sobre a primeira infância, esse período da vida que é a base do nosso desenvolvimento, mas também para fomentar a importância de nesse período a criança ter experiências positivas para o seu desenvolvimento intelectual saudável, para a sua autoestima, para que ela seja preservada e estimulada. Ela explicou a necessidade de promoção de um debate contínuo sobre isso, para que se possa proporcionar uma infância sem racismo para as crianças brasileiras, inclusive para as brancas também. “Ninguém nasce racista, a gente torna racista a partir do meio em que a gente vive”, comentou.

Durante a semana, os servidores passaram por uma formação on-line, pela plataforma Meet.

Como uma iniciativa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), para assegurar que crianças de até seis anos tenham a atenção adequada, a Semana do Bebê faz parte do calendário de Vitória da Conquista, por meio do Decreto nº 19.951, de 2 de dezembro de 2019.

Fonte: Ascom

Etiquetas

Artigos relacionados

Fechar