A mineira Ana Paula foi desclassificada neste sábado, dia 5/3 da sua participação no reality show após descumprir regra do programa. Mais detalhes acompanhe mais tarde no programa ao vivo. Assista o momento da agressão:
Desequilibrada
Não sei o que acontece nos dias de hoje, mas vivemos uma época em que tudo no Brasil vira uma torcida cega. Uma adesão de corpo e alma que impede a maioria das pessoas de enxergar defeitos e falhas de cárater nos representantes de nossos “times”.
Isso vale, num quadro maior, para o país rachado entre PSDB e PT, mas não só. Cabe também para o Big Brother Brasil, ainda que se trate de algo incomparavelmente menos relevante para a vida do país — é um reality show apenas, e aparentemente muita gente se esqueceu disso. Os vídeos mostram claramente que Ana Paula deu dois tapas na cara de Renan. Pronto. Não existe discussão. Mas vi um monte de gente tentando justificar o que não tem justificativa.
“Ah, mas ela estava bêbada”.
Isso não pode ser atenuante nesse caso. Aliás, apesar de eu adorar tomar meus bons drinques também, sei que ia me ferrar se fizesse besteira sob efeito de álcool.
“Ela não queria agredir”.
Mas agrediu.
“O tapa foi fraquinho”.
Não existe meio tapa. Até porque, se fosse um tapa do Renan em Ana Paula, acredito que ele teria sido expulso da casa antes mesmo de a noite termminar. Seria justo? Claro! Porque homem não pode bater em mulher em nenhuma circunstância. Acontece que, no confinamento do BBB, NINGUÉM pode bater em ninguém.
“O Renan deu uma ombrada nela”.
Vi o vídeo, e o que ele faz é se colocar no caminho entre Ana e Adélia, justamente pra evitar treta.
“Adélia também agrediu, jogando bebida na Ana.”
Acho que é pra se analisar, sim. Ainda que aqui a fronteira fique dúbia, e que ela possa alegar que foi sem querer (não me parece que foi).
Os fãs de Ana Paula vão automaticamente me classificar como torcedor do Renan. O que só comprova o que eu disse acima: que estamos todos cegos pelas nossas paixões. E isso me assusta demais. Porque eu não sou da turma que torce por ele. Pelo contrário, até pouco tempo não tinha preferido e comecei a gostar da Ana. Acho o máximo o quanto ela movimenta a casa, e a considero uma das mais incríveis participantes da história do programa.
Mas que ela fez burrada, fez. E, para tristeza de quem gosta de vê-la no ar, o certo era mesmo a expulsão. Se a gente não quer impunidade nos assuntos sérios do país, precisa entender que ela vale também para futilidades como programas de entretenimento. É legal torcer, gente. Mas lembrem-se que, ao final do reality, o vencedor estará 1,5 milhão de reais mais rico. As nossas vidas não vão mudar em nada por causa disso. No fim, Ana Paula serve para uma lição que todos nós devíamos aprender: às vezes, nós somos nosso maior inimigo. Ela é muito forte e não perdeu pro Renan, para a Adélia, para ninguém. Perdeu para ela mesma. Isso é bem triste.
Fonte: Portal R7
