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Segurança de shopping tenta impedir homem de pagar refeição a menino

Por G1 /BA

O Ministério Público instaurou inquérito para apurar a conduta do agente de segurança de um shopping de Salvador. A atitude dele em relação a um garoto indignou milhões de brasileiros.

As vidas de um menino que vende balas e de um comerciante se cruzaram em um shopping de Salvador. O menino disse que estava com fome. O comerciante se ofereceu para pagar por um prato de comida na praça de alimentação do shopping. O que aconteceu a seguir se espalhou nas redes sociais.

“Eu querendo dar o almoço ao menino, e o segurança está rejeitando. Falando que vai me tirar do shopping à força, vai tirar o menino. Bora ver.”

A atendente do restaurante prepara o prato e, quando vai entregar ao comerciante, o segurança impede. Parece empurrá-lo. Tenta pegar o menino. O comerciante, mais uma vez, defende a criança. Outras pessoas que acompanham a cena se revoltam.

Outros seguranças chegam à praça de alimentação. Pouco tempo depois, um supervisor de segurança aparece e conversa com o comerciante. O supervisor também conversa com o menino. Logo depois, o comerciante consegue pagar pelo prato, levá-lo até uma mesa onde o menino se senta para comer.

O menino tem doze anos. De manhã, vai para a escola, à tarde, vai para uma das áreas mais movimentadas de Salvador, onde fica o shopping, para vender balas. Tem sido assim há muitos anos. Ele vende balas desde pequeno para ajudar a família.

Em casa, onde mora com a mãe e três irmãs, ele disse que não foi a primeira vez que enfrentou uma situação assim.

O shopping não divulgou o nome do segurança, pediu desculpas pelo ocorrido, diz que decidiu pelo afastamento do profissional de atividades relacionadas à atendimento ao público, que ele foi advertido e que não há e nem nunca houve nenhuma orientação para uma abordagem que fosse além de coibir ações de comércio informal e de pessoas que tentam abordar clientes. O shopping disse ainda que repudia qualquer acusação de racismo institucional.

O Ministério Público instaurou um inquérito civil. “A instituição já foi oficiada para, no prazo de dez dias, prestar informações e qualificar o segurança que é preposto pelo estabelecimento. É importante pontuar que a Promotoria de Combate ao Racismo estará atuando em conjunto com a Promotoria de Infância e Juventude, inclusive para esclarecer alguns fatos: por que essa criança estava desacompanhada dos responsáveis legais?”, disse a promotora de Justiça Lívia Vaz.

O comerciante Caíque disse que só quis ajudar como sempre fez e preferiu não gravar entrevista nesta quarta-feira (13). Pelas redes sociais, agradeceu as mensagens de apoio.

O menino diz que vai sempre se lembrar de Caíque: “Agradeci, ainda ele me levou na porta. Um cara bom. Vai ter muito futuro pela frente ainda ali”.

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