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Expressão Bahia

Glória Maria ganha busto em inauguração de praça na Bahia

A jornalista Glória Maria foi homenageada durante a inauguração de uma praça nesta quarta-feira (8), no bairro de Vida Nova, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. Batizada como 8 de março, a praça passou por reformas e foi entregue em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

A escultura de Glória foi produzida pelo artista visual Alexandre Fadini e ficará na entrada da praça. Próximo ao busto da jornalista, uma placa reverencia a importância que seu legado deixou para o jornalismo e a comunidade brasileira. ‘Glória Maria Matta da Silva foi uma jornalista, repórter e apresentadora de televisão brasileira. considerada um dos maiores símbolos do jornalismo brasileiro e das mulheres negras, foi a primeira reporter a realizar matérias ao vivo e a cores na televisão do Brasil”, diz a placa.

Placa de homenagem póstuma para Glória Maria em praça de Lauro de Freitas — Foto: Divulgação

Placa de homenagem póstuma para Glória Maria em praça de Lauro de Freitas — Foto: Divulgação

Glória Maria morreu no dia 2 de fevereiro, no Rio de Janeiro, em decorrência de um câncer de pulmão metastático, que afetou o cérebro da jornalista. Ela deixou duas filhas: Maria, de 15 anos, e Laura, de 14, adotadas em 2009, em Salvador.

Ao longo de cinco décadas de carreira, Glória mostrou mais de 100 países em suas reportagens e protagonizou momentos históricos. Entrevistou chefes de Estado e celebridades como Michael Jackson e Madonna.

Glória Maria ganha busto em inauguração de praça 8 de março na Bahia — Foto: Divulgação

Glória Maria ganha busto em inauguração de praça 8 de março na Bahia — Foto: Divulgação

Com a reforma, a praça 8 de março passou a ter parque infantil, academia ao ar livre, espaço pet, de leitura, jardim e outras áreas de convivência.

A obra foi um trabalho realizado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), que destinou um aporte de mais de R$ 274 mil para recuperação das estruturas.

Glória Pioneira

Jornalista Glória Maria, ícone da TV, morre no Rio — Foto: JN

Jornalista Glória Maria, ícone da TV, morre no Rio — Foto: JN

Glória foi pioneira inúmeras vezes. Foi a primeira a entrar ao vivo no Jornal Nacional e inaugurou e era da alta definição da televisão brasileira. Mostrou mais de 100 países em suas reportagens e protagonizou momentos históricos.

“Eu sou uma pessoa movida pela curiosidade e pelo susto. Se eu parar pra pensar racionalmente, não faço nada. Tenho que perder a racionalidade pra ir, deixar a curiosidade e o medo me levarem, que aí eu faço qualquer coisa.”

Vida e carreira

Glória Maria durante gravação do 'Globo Repórter' em Nova York em março de 2015 — Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo/Arquivo

Glória Maria durante gravação do ‘Globo Repórter’ em Nova York em março de 2015 — Foto: Zé Paulo Cardeal/Globo/Arquivo

Glória Maria Matta da Silva nasceu no Rio de Janeiro. Filha do alfaiate Cosme Braga da Silva e da dona de casa Edna Alves Matta, estudou em colégios públicos e sempre se destacou. “Aprendi inglês, francês, latim e vencia todos os concursos de redação da escola”, lembrou, ao Memória Globo.

Glória também chegou a conciliar os estudos na faculdade de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) com o emprego de telefonista da Embratel.

Em 1970, foi levada por uma amiga para ser radioescuta da Globo do Rio. Em uma época sem internet, era ouvindo as frequências do rádio da polícia que se descobria o que acontecia na cidade. Fazer uma ronda de telefone, ligando para batalhões e delegacias, também era parte de suas tarefas.

Na Globo, tornou-se repórter numa época em que os jornalistas ainda não apareciam no vídeo. A estreia como repórter foi em 1971, na cobertura do desabamento do Elevado Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro. “Quem me ensinou tudo, a segurar o microfone, a falar, foi o Orlando Moreira, o primeiro repórter cinematográfico com quem trabalhei”.

Glória Maria trabalhou no Jornal Hoje, no RJTV e no Bom Dia Rio. Coube a ela a primeira reportagem do matinal local, há 40 anos, sobre a febre das corridas de rua.

No Jornal Nacional, foi a primeira repórter a aparecer ao vivo. Cobriu a posse de Jimmy Carter em Washington e, no Brasil, durante o período militar, entrevistou chefes de estado, como o ex-presidente João Baptista Figueiredo.

“Foi quando ele [João Figueiredo] fez aquele discurso ‘eu prendo e arrebento’ – para defender a abertura (1979). Na hora, o filme acabou e não tínhamos conseguido gravar. Aí eu pedi: ‘Presidente, é a TV Globo, o Jornal Nacional, será que o senhor poderia repetir? Problema seu, eu não vou repetir’, disse Figueiredo. Onde ela chegava, o ex-presidente dizia para a segurança: ‘Não deixa aquela neguinha chegar perto de mim’”, relembra.

Fonte: G1 Bahia

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