Conquista: Professor é agredido e passa mal durante protestos na visita do governador Rui Costa

Por Expressão Bahia

Na manhã desta segunda-feira (22), em Vitória da Conquista, foi inaugurada pelo governador da Bahia, Rui Costa, a Unidade de Pronto Atendimento da terceira maior cidade do Estado.

Além de representantes do estado e do município, professores e alunos que representam a Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (ADUSB) estiveram no local e manifestavam contra a grave crise orçamentária que afeta as principais universidades baianas, inclusive a UESB.

Um fato lamentável se deu por conta da agressão contra alguns professores que faziam manifesto, um deles inclusive, diabético e hipertenso chegou a ser atendido na própria UPA, após a ação de alguns seguranças particulares.

Situação que chocou os presentes e a presidente da Adusb, Márcia Lemos, que classificou a ação como truculenta e afirmou não ter sido a primeira vez com episódios dessa natureza.

“O movimento docente e estudantil veio até aqui para apresentar e entregar sua pauta ao governador gostaríamos de convidá-lo a visitar e ver como a universidade está e, lamentavelmente logo na chegada fomos agredidos por todos os seguranças particulares. Nosso professor foi agredido pela segurança , ameaçado de ser algemado e está com as calças rasgadas, passou mal e está recebendo atendimento. É lamentável que um governo trate seus professores e alunos com tamanha violência. É bom que a população saiba que não é a primeira vez, todas as vezes que o movimento de forma pacífica com suas faixas, bandeiras, palavras de ordem e sem nenhum tipo de violência faz qualquer tipo de manifestação seja na ALBA ou governadoria , ou Secretaria de Educação do Estado é dessa forma que o governo trata a gente”, disse Márcia.

A presidente e também professora confessou ter sido extremamente agredida e falou que os professores estavam no aguardo do advogado para fazerem o exame de corpo de delito e tomarem as medidas cabíveis.

“A ADUSB entrará com uma ação reivindicando nossos direitos e denunciando a violência utilizada. Foi lançado spray de pimenta na nossa assessora de comunicação, um professor da área de Comunicação foi obrigado a se retirar da coletiva. Várias alunas apanharam e pra finalizar, infelizmente esse quadro que estamos preocupados por conta de nosso professor que tem problemas de saúde”, frisou a presidente da Adusb.

Quem também se mostrou bastante chocado com os atos violentos foi o deputado federal Waldenor Pereira.

“Eu considero lamentável a ação de seguranças agredindo manifestantes, professores, meus colegas, não concordando com ação de violência. Desci do palanque e me juntei aos meus colegas, estou acompanhando inclusive o atendimento médico do professor Reginaldo que foi agredido covardemente. Imediatamente denunciei esse ato presenciado por todos ao comandante geral da Polícia Militar, coronel Lira e ao subcomandante Ivanildo, critiquei e denunciei imediatamente ao chefe da casa militar. Eu esperava jamais presenciar uma cena dessa em meu governo que é democrático e de paz. Tenho certeza também que o governador Rui Costa, que presenciou o fato terá que tomar posições firmes e decisivas, pois, ele não concorda e não concordará com atos dessa natureza”, disse o parlamentar.

Nonô, como é carinhosamente chamado, disse estar chocado com ato que classificou como uma afronta a democracia e um impedimento a uma manifestação legitima dos professores da UESB.

“Eles tiveram e terão da minha parte toda solidariedade e o apoio, além da manifestação contrária e repudiando firmemente esses atos de violência praticados por agentes do estado contra meus colegas professores da UESB”, frisou Nonô.

O professor e doutorando da UESB, Danilo Duarte, repudiou a ação dos seguranças e elogiou a ação dos Policiais Militares que segundo ele não tiveram participação nas agressões.

“Eu fui o único jornalista retirado da coletiva, todos os outros profissionais da área entraram. Sou jornalista formado, professor da UESB, doutorando e fui retirado daqui igual a um cachorro por um segurança sem identificação. Posteriormente, esse mesmo segurança agrediu um professor de 60 anos com problemas de saúde, nosso colega que não fez absolutamente nada está internado nesse momento, primeiro paciente dessa UPA. Toda vez a estratégia é essa, colocar um monte de seguranças privados e sem identificação, eles agridem a gente para dizer que estamos tumultuando, inclusive mulheres foram agredidas. A posição da PM foi exemplar, não tocou em ninguém”, declarou o docente.

O professor agredido foi identificado como Reginaldo Souza Silva, ele passou mal e precisou ser atendido no local.

Após inúmeros protestos por conta dos manifestantes, o governador interrompeu e finalizou sua fala sem dizer quais as medidas seriam tomadas para a resolução do problema orçamentário que atinge também a Universidade Federal do Sudoeste Baiano (UESB).