Após a vitória com a aprovação, no Congresso Nacional, da MP 665 que realiza forte ajuste fiscal na economia brasileira, a presidente Dilma Rousseff (PT) começa a retomar, ainda que discretamente, sua agenda em meio à crise de credibilidade pela qual tem passado. O Palácio do Planalto já confirmou a chegada dela à Bahia na próxima terça-feira, dia 19 de maio, para participar da inauguração do Complexo Acrílico Basf, no Polo Petroquímico, em Camaçari. O evento integra o início das viagens que a presidente fará com o objetivo de reduzir sua impopularidade.Esta será a segunda visita oficial que Dilma faz à Bahia, desde o dia 25 de fevereiro, quando esteve no Estado para entregar 920 casas do Programa Minha Casa, Minha Vida, no município de Feira de Santana. Na ocasião, a presidente não encarou vaias, tampouco foi alvo de protestos, mas sua saída também não foi demorada e a imprensa teve pouco tempo para entrevistá-la, tendo como barreira uma grade de proteção. Nos bastidores políticos, afirma-se que, para evitar mais desgastes de sua imagem, e possíveis confusões e vaias no evento de inauguração da Basf, no dia 19, a blindagem da presidente será maior do que na sua última visita. Isso porque a petista pode encontrar, em solo baiano, correligionários e filiados do PT insatisfeitos com o pacote de ajuste fiscal, que, entre suas mudanças polêmicas, está o aumenta do tempo mínimo para o trabalhador solicitar o seguro-desemprego. No entanto, além dessas medidas, o pacote faz corte do orçamento, desoneração tributária para automóveis e ajustes nos programas de investimentos de diversas áreas. Para a oposição, o constrangimento pelo qual Dilma passa é mais comum nos meios urbanos e por isso, nessa visita, ela pode escapar. A deputada estadual Luiza Maia, com eleitorado em Camaçari, garante que irá participar da inauguração e será solidária à presidente e descarta algum tipo de mobilização anti-Dilma. “Tem uma parte da oposição junto com a grande mídia, que está com um discurso muito raivoso e afim de atacar. Mas na nossa democracia, isso faz parte. Os problemas que estão no Brasil não foram criados por ela. A distribuição de riqueza tem gerado esse discurso raivoso”, acredita Maia. Coincidência ou não, justamente no dia 19, em que Dilma começa a aparecer novamente, os tucanos pretendem exibir na televisão um comercial mostrando eleitores arrasados com os problemas que ocorrem no País, como a crise econômica e o arrocho fiscal que os trabalhadores vão sofrer. O anúncio da vinda da presidente já havia sido feito pelo governador Rui Costa durante o programa “Diga Aí Governador” na semana passada. Segundo Rui, o investimento será de R$ 1,2 bilhão, o maior investimento no Polo depois de muitas décadas. “É o maior investimento, depois de muitas décadas, no Polo Petroquímico, e nós estamos buscando estruturar a cadeia produtiva do plástico e seus derivados, trazendo emprego e renda para os baianos”. Para o governador e membros da base aliada, a expectativa é que a inauguração da Basf – que produzirá ácido acrílico e os superabsorventes – dê um pequeno salto no desenvolvimento econômico da Bahia este ano e cresça, ainda que discretamente, o número de empregos no Estado. Também é esperado que a inauguração da fábrica incentive empresários a investirem na Bahia. Para isso, Rui participará de um evento em São Paulo com este objetivo. Com a Basf, deverão ser gerados 230 empregos diretos e 600 indiretos.
