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Câmara Municipal debate “Juventude nos dias atuais”

A audiência Pública, de autoria do mandato do vereador Adinilson Pereira (PSB), contou com a participação de jovens, políticos e lideres religiosos.

Com o tema “Juventude nos dias atuais”, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista debateu na noite desta segunda-feira (11), o papel do jovem na sociedade e os problemas que afligem a juventude. A iniciativa foi do mandato do vereador Adinilson Pereira (PSB), que também é pastor e desenvolve um trabalho voltado para esse público.

O vereador Adinilson pautou o seu pronunciamento nas mobilizações sociais que ocorreram no país em junho de 2013, em que os jovens brasileiros foram às ruas, de forma pacífica, num movimento cívico, para cobrar educação e saúde de qualidade, gratuidade no transporte público e inserção no mercado de trabalho. Segundo ele, tudo isso só é possível a partir de políticas públicas voltadas para a juventude, a exemplo da formação profissional, educação, saúde, esporte e lazer, além de ações de combate ao tráfico de drogas e ao abuso sexual, questões presentes nos dias atuais.

Após a apresentação de um vídeo mostrando a participação de jovens nas manifestações sociais, as autoridades foram convidadas a debater o tema. O primeiro a falar foi o pastor Wellington dos Santos, líder da Juventude da Igreja Getsêmane. Ele parabenizou o vereador Adinilson pela iniciativa e disse que as mudanças e transformações começam no debate e na explanação de ideias, e que por meio desses recursos vêm surgindo políticas públicas em favor da juventude, embora ainda seja pouco diante das demandas existentes. “As questões que atingem a juventude, sejam boas ou ruins, refletem na sociedade como um todo. As manifestações populares mostraram que o jovem está cansado de demandas não atendidas, nos anos 70, em plena ditadura, os jovens se levantavam pelo direito de expressão, no final de 89, os caras pintadas foram às ruas exigir mudanças, agora a juventude não quer apenas questionar, ela quer participar da mudança”, disse, acrescentando que 1/4 da população brasileira é formado por jovens que demandam o primeiro emprego, que desejam educação, saúde e transporte de qualidade.

Líder da juventude da Igreja Universal, o pastor Eronilton Lopes de Souza disse que é válido estar unido por um país melhor, preparando-se para o exercício da cidadania, debatendo e conhecendo as políticas públicas em favor da juventude, mas que o jovem não pode depender apenas das ações do estado e do município, ele precisa conhecer e participar mais da política, pois é pela política que conseguirá fazer as transformações necessárias.

Para Raquel Valadares, líder da juventude da Igreja Nova Sinai, o jovem tem todas as oportunidades para transformar o mundo, porque possui o poder de influenciar o comportamento de outras pessoas. “O apóstolo Paulo dizia que as marcas de Cristo em nós representam a decisão que assumimos em revelá-lo através das nossas atitudes, deixando de lado as coisas que nos prejudicam, precisamos mostrar o nosso amor e o nosso respeito para com o próximo, porque Jesus Cristo não pregou a subordinação, a injustiça, ele valoriza o ser humano e não as coisas materiais, e política pública só será sucesso quando cada jovem conseguir transformar o mundo, quando as pessoas perceberem algo diferente em nós, maior é aquele que influencia e que transforma”.

Presidente da juventude da Igreja Assembleia de Deus, Janderson Nascimento destacou juventude como fundamental para a existência de um país melhor, tendo em vista que além de demonstrar força e caráter, é ela quem faz a diferença. “No ano passado, a juventude conseguiu parar o Brasil, mas precisamos pensar na juventude conquistense, naqueles jovens que moram nas ruas, que vivem influenciados pelo crack, precisamos pensar na juventude que pode fazer a diferença, independente do credo, que pode fazer mudanças no hoje, no agora, e não esperar para amanhã”.

João Paulo, líder da Juventude da Igreja Católica, salientou que um jovem que não discute e não repercute, não agrada, assim, o jovem deve pensar no próximo e lutar pelo atendimento às demandas sociais. “Somos jovens e compomos o presente de um país, somos agentes transformadores e precisamos lutar por melhorias na saúde, na educação, por transporte de qualidade, porque compomos uma força que se chama juventude”.

Pastor Sivaldo Queiroz, líder da juventude da Igreja Batista da Cidade, relacionou sua reflexão a dois textos bíblicos que falam dos jovens. Conforme o pastor, os jovens estão cansados de discursos, da mídia enganadora, da religiosidade falida, da política partidária que visa apenas os próprios interesses. “Dos cinco mil municípios brasileiros, Conquista está entre as cem cidades com maior número de mortes de jovens de baixa renda, de cor negra, vítimas de homicídios, da violência no trânsito e de suicídios. Nossos jovens querem a possibilidade de sonhar, a sociedade organizada precisa sinalizar o reino de Deus com práticas e não apenas com discursos vazios, precisamos de jovens vocacionados, como foi Jesus Cristo, e de uma cidade melhor e mais justa para todos”.

Representante do Comdica e membro da Pastoral do Menor, Marlúcia Sobral ressaltou que entende juventude como uma das maiores riquezas de um país, é quem reivindica, com dinamismo, mudanças que beneficiam toda a população. “Vivemos numa sociedade violenta, em que nossos jovens são dizimados; no Alto das Pedrinhas, os jovens assassinados nem saem mais nos noticiários, o extermínio de jovens em nossa cidade é diário, são jovens pobres, negros, que estão à margem da sociedade, esses não entram nas estatísticas, queremos que os nossos jovens tenham opção diferente, pois o ócio e a miséria afunilam o caminho da nossa juventude”, denunciou.

Coordenador da Juventude Conquistense, Rudival Maturano afirmou que o município tem mais de 86 mil jovens e que a administração municipal vem desenvolvendo políticas públicas para atender esse público, com a construção de espaços voltados para a prática de esporte, acesso dos jovens à universidade, oferta de cursos profissionalizantes, entre outros. Lembrou que em marco de 2012, o governo municipal assumiu o compromisso de colocar em prática os nove artigos que compõem o “Pacto pela Juventude”, documento de autoria da Presidência da República, para implementação de políticas públicas de atendimento aos jovens, e que já conseguiu atender 80% do pacto. “Precisamos entender e resolver o extermínio de jovens em nossa cidade, principalmente a juventude negra, da periferia, para tanto vamos construir o “Juventude Viva”, plano de prevenção ao extermínio de jovens, cujo objetivo é mudar o percurso de violência contra a juventude, colocando-a em sintonia para discutir política, discutir reforma política e buscar o atendimento às demandas sociais”.

Representando a administração municipal, Joselma Silva Leão, Procuradora do Município, destacou a importância da audiência e da necessidade de ouvir os jovens para renovar ideias e posicionamentos. “O jovem tem afã pelo novo, por mudança, essa necessidade abriu um canal de participação em nossa cidade desde 1997, com uma gestão que ouve a população, por meio do Orçamento Participativo e de audiências públicas, como a que antecedeu a licitação do transporte público, que tratou do estacionamento rotativo, em que a participação da juventude foi fundamental nas tomadas de decisão do governo municipal”, disse, complementando que Vitória da Conquista é pioneira em ações de atendimento aos jovens, que se expandiu a partir de 2012, por meio do Pacto pela Juventude e criação da Coordenação Municipal da Juventude.

O vereador Sidney Oliveira (PRB) destacou o poder transformador da juventude em todos os setores. “A juventude precisa estar inserida em todos os processos políticos, afinal, ela tem o poder para mudar os destinos do nosso país, as manifestações provaram isso, os nossos jovens foram um marco na história do nosso país, eles devem participar mais, inserir-se na política, procurar entender como funciona o poder executivo, o legislativo, a reforma política, tudo isso é fundamental para o crescimento de cada um deles e para a transformação desse país chamado Brasil”.

Por Bia Oliveira / ASCOMCV

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