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Interesse Público

Conquista: Prefeitura mantém uma rede de atendimento às pessoas em situação de rua

“Quem é do chão não quer colchão” é um pensamento recorrente entre aqueles que estão vivendo em situação de rua, mas para a Prefeitura de Vitória da Conquista este não é um pensamento compartilhado por todos. Por isso o Governo mantém uma rede de atendimento composta pelo Centro Pop Adulto, Centro Pop Criança e Adolescente, Serviço Especializado em Abordagem Social, Consultório na Rua, Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas e II.

As equipes são capacitadas para fazerem o atendimento destas pessoas que estão nas ruas por diversos motivos, como uso de substâncias psicoativas, abandono familiar entre outros, que os levam a procurar a rua como local de moradia.

“Moro na rua há mais de 8 anos. Cheguei aqui em Conquista há uns 4 meses para ficar com o meu pai, que é morador de rua há 30 anos. Na rua eu cuido dele e ele cuida de mim” conta Isadilson (34) durante seu café da manhã no Centro Pop Adulto. “Aqui eu recebo atendimento da equipe de saúde e também do Pop. Sou muito bem tratado, aqui nós tomamos banho, café da manhã, são muito bons”, ressalta.

Aberto de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, com oferta de café da manhã, lanche, banho, atividades socioeducativas e recreativas e atendimento com equipe formada por psicólogo, assistente social, educador social e administrativo, o Centro Pop Adulto recebe uma média de 40 pessoas por dia .

“Nós atendemos por demanda espontânea ou por encaminhamento. Fazemos o cadastro de todos os atendidos, identificamos a demanda. Muitos deles chegam aqui em busca de passagem para outros municípios; já outros buscam o atendimento da equipe e, quando querem, alguns são abrigados em instituições parceiras”, explica Kadija de Andrade, gerente do Centro Pop Adulto e do  Serviço de Abordagem.

Para as demandas relacionadas à prevenção e tratamento em saúde, a população em situação de rua conta com o atendimento itinerante da equipe do Consultório na Rua. “Nós fazemos todos os exames e a partir disso orientamos o tratamento, mas quando eles recusam o tratamento, eles assinam um termo de responsabilidade pe

No centro Pop usuários participam de palestras, oficinas e recebem atendimento individualizado da equipe

lo não tratamento. Tem uns que resistem devido ao uso das substâncias psicoativas”, conta Elma Pereira Moura, psicóloga do Consultório na Rua, que lembra que o maior desafio hoje para a mudança de vida destas pessoas é reinserção social que se faz pelo trabalho e pela família.

Segundo levantamento, cerca de 80 pessoas vivem em situação de rua em Vitória da Conquista. Este número oscila muito por conta das viagens. Todos eles são acompanhados pelo Serviço Especializado em  Abordagem Social, composto por quatro educadores que assistem estas pessoas de segunda a sábado. A equipe trabalha na rua onde são feitas a identificação destas pessoas e os encaminhamentos para o Centro Pop Adulto e/ou  Criança e Adolescente. “Muita gente que está na rua não é morador. Elas estão apenas de passagem para outro município, então no Centro Pop Adulto nós oferecemos este atendimento de oferta de passagem para eles seguirem viagem”, explica Kadija.

Um exemplo deste acompanhamento é feito com os moradores que estão no centro da cidade. “Nossas equipes estão acompanhando eles há mais de 4 meses. Um deles foi encaminhado para o Caps AD por 15 dias. Conseguimos vaga em um centro de recuperação, mas ele preferiu voltar para rua. Nos últimos três meses tentamos por três vezes o seu internamento, mas ele resiste. Temos outro caso em que o morador está doente e já foi internado várias vezes no Hospital Geral, mas sempre foge”,

Renata aceitou a ajuda do Centro Pop Adulto e hoje tem casa própria onde cuida de seu filho Miquéas de 4 anos

afirma Elma.

Por mais que tenham todos estes serviços, toda essa assistência para população em situação de rua, eles tem o direito de estarem na rua, afirma Kadija. “O Governo Municipal não trabalha com uma política higienista, a gente não pode simplesmente chegar lá e dizer que ele está incomodando e retirá-los a força. A gente tenta fazer um trabalho de conscientização com o usuário. Na rua ouvimos todo tipo de justificativa como ‘a gente não pode sair porque não tem um abrigo pros nossos cachorros’ e também ‘não quero morar em casa porque não me habituo mais, não quero ficar preso dentro de uma casa’”.

Mas se tem aqueles que resistem à mudança de vida, também existem aqueles que abraçam a oportunidade, como Renata Patez (30), que hoje tem sua casa e cuida de seu filho com deficiência, que recebe o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Conquistas alcançadas com o apoio do Centro Pop. “Quando vim morar na rua, eu ainda não tinha 18 anos. Fiquei por um tempo na casa de acolhimento e depois que completei 18 fui para Casa do Andarilho. Fiquei lá até completar o prazo, depois fui morar na rua, foi quando conheci o Centro Pop Adulto. Devo tudo na minha vida a Deus e ao Centro. Lá a primeira coisa que eles fizeram foi me cadastrar no Bolsa Família, com este dinheiro consegui pagar um lugar para dormir. Depois consegui a casa e hoje moro aqui com meu filho que nasceu especial e precisa dos meus cuidados 24h”, contou Renata que lembra que morar na rua não é bom: “O morador de rua sofre muito preconceito, nesta época quase não dormia, sentia muito medo, mas resisti e nunca usei droga”.

A cada 15 dias a Rede se reúne para discutir a situação de cada usuário atendido pelos serviços. O Centro Pop Adulto funciona na Rua Augusto Seixas, S/N, Loteamento Conquistinha, ao lado da Biblioteca Municipal, telefone: (77) 3422-7246.

Fonte: Ascom/PMVC

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