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Entre redes sociais e sala de aula: conheça professores que fazem sucesso com milhares de seguidores na internet

No mês em que é celebrado o Dia dos Professores, o g1 ouviu docentes que aproveitam as redes sociais para oferecer conteúdos gratuitos.

No mês em que é celebrado o Dia dos Professores, o g1 conta histórias de educadores baianos que utilizam a internet como ferramenta de compartilhamento de conteúdos educacionais.

Diferentona e engajada

A professora e escritora Bárbara Carine, de 36 anos, fundadora da escola Maria Felipa, primeira unidade de ensino afro-brasileira registrada em uma secretaria de educação do Brasil, acumula quase 400 mil seguidores nas redes sociais.

Conhecida como “Uma intelectual diferentona”, compartilha vídeos nos quais analisa assuntos do cotidiano e discute racismo, política, educação e outros temas sociais. Professora há 15 anos, Bárbara é formada em Química e em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), além de ser mestre e doutora em Ensino de Química.

“Tenho ancestralidade materna quilombola, minha mãe era empregada doméstica e sempre me incentivou a estudar. Ela dizia que eu deveria pegar em livros, não em vassouras”, diz.

A escritora, com 10 livros publicados, nasceu no bairro da Fazenda Grande do Retiro, Salvador.

Em uma entrevista ao g1, disse que a iniciativa de se tornar influenciadora na internet teve início em 2020, no contexto da Covid-19. Sem ministrar aulas na pandemia, decidiu começar a gravar vídeos.

“Comecei a gravar os vídeos com temáticas sobre coisas que me tocavam dentro do meu campo de pesquisa, além da minha atuação como militante”, explica.

Bárbara considera a docência como espaço de emancipação humana e formativo. Por isso, converteu suas publicações em ambientes educativos.

“Nós formamos pessoas em dimensão psíquica, ética, social e também subjetiva”, diz.

Bárbara Carine em postagens nas redes sociais — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Sobre atuação nas redes sociais, a professora vê como um caminho importante de socialização, além de reproduzir a dinâmica da existência humana. Ela acredita que a atuação nos ambientes virtuais de educadores cria um espaço formativo que veio para ficar.

As redes sociais, como explica Bárbara, potencializam as existências, ampliam discursos significativos e tornam o conhecimento mais acessível a um público muito maior do que outros espaços permitem.

“Tem gente que diz que aprendeu mais em um vídeo de um minuto do que em um semestre na sala de aula. Sinto que meu trabalho reverbera de forma muito impactante na dinâmica social de formação da comunidade que me acessa”, afirma.

Apesar da importância da educação nas redes sociais, a doutora ressalta a importância do espaço presencial escolar e universitário. No cenário educacional, as redes podem ser utilizadas como material didático de apoio.

“Muitas pessoas falam que utilizam meus vídeos nas aulas de formação de professores e nas aulas de educação básica com estudantes do ensino médio” , afirma.

Matemática para todos

Wagner Aguiar tem cerca de 165 mil seguidores em redes sociais — Foto: Crédito: Jorge Jesus

“Educação democrática” é como o professor de matemática e raciocínio lógico, Wagner Aguiar, descreve o canal Descomplicando RLM com Waguinho. Com mais de 2 milhões de visualizações no YouTube e cerca de 165 mil seguidores em redes sociais, o educador oferece gratuitamente conteúdos para estudantes.

Wagner tem 43 anos, é natural de Vitória da Conquista, mas veio morar na capital baiana há cerca de 20 anos.

Ele ensina nas redes pública e privada de ensino, e ministra aulas em cursos preparatórios para concursos públicos. Além disso, é professor bilíngue em uma instituição, onde ensina matemática em inglês.

Mestre em matemática pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), Wagner é professor há 25 anos. Em entrevista ao g1, disse que o canal na internet tem a missão de proporcionar educação gratuita na área de ciências exatas.

Wagner Aguiar tem cerca de 165 mil seguidores em redes sociais — Foto: Crédito: Jorge Jesus

O canal foi criado em 2020, durante a pandemia da Covid-19. O professor explicou que foi um momento propício, já que durante o período de isolamento social o trabalho foi reduzido, e assim ele conseguiu dar início ao projeto.

“Os vídeos chegaram em Angola e Cabo Verde, que são países que falam português”, celebra.

Além das aulas, o professor faz transmissões ao vivo, resoluções de questões, planos de estudos, além de vídeos motivacionais. O educador reforçou que a matemática não é algo intimidante, mas, ao contrário, completamente acessível.

Para ele, é necessário desconstruir a noção equivocada de que a matemática é reservada apenas para gênios.

“Amo ensinar matemática e transformar a vida das pessoas. Quando ensino, não quero apenas transmitir conteúdo de matemática puramente. Quero que o aluno entenda como a matemática pode ser usada na vida real, como pode ser transformadora e, sobretudo, como o estudo pode transformar a vida dos alunos”, diz.

O professor recebe diariamente depoimentos de estudantes contando suas experiências, aprovações em concursos, vestibulares e no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Wagner Aguiar tem cerca de 165 mil seguidores em redes sociais — Foto: Redes Sociais

Acredito muito na educação virtual’, diz professora

Carol Silveira, de 33 anos, mora em Salvador e compartilha nas redes sociais dicas de redação com quase 15 mil seguidores. Formada em Letras Vernáculas, mestre e doutoranda em Língua e Cultura pela Universidade Ferderal da Bahia (Ufba), a professora relata sobre como a educação ocupa espaços importantes na internet.

Carol Silveira — Foto: Arquivo Pessoal

Internet não é um lugar vazio: de acordo com Carol, para quebrar o estigma de que as redes sociais não têm conteúdos relevantes, ela traz a proposta de conteúdos para ajudar alunos na área de linguagem.

“Acredito muito na educação virtual. Nós que trabalhamos com a educação precisamos ocupar esse espaço”, acrescenta.

A professora mencionou que a educação acadêmica tradicional não prepara para lidar com a chegada do mundo digital, e que é preciso se adaptar a essa realidade. Além disso, ressalta que as redes sociais proporcionam uma ampla variedade de conteúdos para todos os públicos.

Carol tem parceria com o Educa Mais Brasil, um programa privado que oferece bolsas de estudo, através do canal no Youtube, onde ela produz conteúdo destinado a estudantes que se preparam para os vestibulares e o Enem.

Carol Silveira — Foto: Arquivo Pessoal

“São oportunidades incríveis para os estudantes terem acesso ao conteúdo de forma gratuita, ampliando as possibilidades de aprendizado, ajudando-os a passar em provas e aprimorar seus conhecimentos”, diz.

Dicas com entretenimento

Luiza Menezes — Foto: Arquivo/Curso Aponte

Luiza Menezes, de 29 anos, é graduada em Letras Vernáculas pela Ufba. Ela compartilha que a inspiração da profissão veio da avó, que é aposentada depois de anos de dedicação no ramo do magistério.

A professora compartilha na internet dicas e trends no TikTok, com visualizações que passam de 10 mil. Ela aborda conteúdos relacionados com redação e língua portuguesa. Além disso, faz brincadeiras sobre o cotidiano de educadores e alunos.

De forma descontraída, Luiza iniciou a criação de vídeos e seguidores começaram a se identificar com o conteúdo. Ela percebeu que poderia ser algo valioso e, desde então, tem produzido vídeos de forma independente, fornecendo dicas, especialmente para a redação do vestibular e o Enem.

Luiza Menezes — Foto: Redes Sociais

“Hoje tem estudantes que foram meus alunos que já estão formados. É gratificante ver esse processo acontecer”, relata.

Fonte: g1 Bahia

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