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Bahia: Políticos temem o impacto da Lava Jato

O cenário de crise econômica aliado aos impactos da operação Lava Jato no setor tem preocupado lideranças políticas da Bahia, que veem a estagnação de grandes projetos de infraestrutura com obras sendo paralisadas ou com redução no fluxo de recursos. Em estudo apresentado no primeiro semestre pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, a Bahia aparece como o sexto estado mais atingido pela operação com um corte de pelo menos R$ 21,3 bilhões. Entre as obras atingidas diretamente na Bahia estão a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol) que ligará o oeste baiano ao litoral, no município de Ilhéus, e a construção do estaleiro na Enseada do Paraguaçu, em Maragogipe, no Recôncavo baiano. Quem externou preocupação no Senado esta semana foi o baiano Otto Alencar (PSD), que citou os números de desempregos causados pelo que chamou de refluxo da economia no estado por conta do envolvimento de empresas de grande porte nas investigações da Polícia Federal. Segundo ele, a Fiol é um dos pontos críticos. “Estive em uma audiência com o ministro dos Transportes [Antônio Carlos Rodrigues] e ele revelou que realmente vai diminuir os investimentos na Fiol até o final de dezembro”, apontou. Em discurso no plenário da Casa, o pessedista citou os estragos que a interrupção de investimentos no estado vem causando. “Na Bahia, o desemprego se acelerou muito em função da paralisação das obras de infraestrutura do nosso estado. O estaleiro Enseada do Paraguaçu empregava em torno de 6 mil  trabalhadores e hoje está reduzido a pouco mais de 500 ou 600 trabalhadores. Desemprego de 5 mil pais de família em função da crise provocada pela Operação Lava Jato, que atingiu exatamente essas empresas que trabalhavam no estaleiro”, reclamou, ao se dirigir ao governo federal pedindo uma resposta ao problema. Durante sua passagem pela Bahia, o ministro Rodrigues falou da previsão de diminuição do aporte nos recursos em obras no estado e ouviu reivindicações de empresários e representantes do setor da economia.O diretor do estaleiro da Enseada do Paraguaçu, Alberto Rangel, chegou a pedir a intervenção do ministro para a retomada das atividades do equipamento. O presidente do PCdoB na Bahia e deputado federal Daniel Almeida também não vê um cenário otimista para a Bahia. “É um momento bastante preocupante. Essa paralisação de investimentos em obras tem fortes impactos na Bahia, sem dúvida. Teremos que encontrar uma solução que não comprometa esses grandes investimentos como a Fiol, o estaleiro, o Porto Sul, rodovias como a 135 e outras com obras programadas, obras de mobilidade como o metrô, a 29 de Março em Salvador podem ser comprometidas se não tivermos a capacidade de manter as empresas em operação”, analisou o parlamentar, que criticou a paralisação das obras com integrantes envolvidos no esquema do Petrolão.“Uma coisa é investigar casos de corrupção e botar na cadeia quem for punido, a outra é punir toda a empresa. Eu acho que se deve separar a ação de pessoas que cometeram coisas erradas nas empresas, das próprias empresas, e como se faz isso? Com boas investigações e caminhos legais para que os contratos sejam mantidos. As grandes empresas do mundo já estiveram envolvidas em casos de corrupção, mas em nenhum momento se interrompeu seu funcionamento. Retiram as pessoas erradas e mantêm as empresas, aqui no Brasil é o contrário”, disparou o governista. Daniel Almeida também criticou a sugestão de solução apresentada por alguns que seria a substituição das empresas investigadas na operação da PF.  “As principais construtoras do país estão envolvidas. Quem sobraria? Se parar para novos contratos, quanto tempo mais, dois ou três anos para continuar? Quais empresas que viriam para cá, o que o Brasil ganharia com isso? É uma irresponsabilidade fazer essa inversão”, argumentou. Os dados da federação fluminense mostraram que, em todo o país, existem 109 obras de infraestrutura atingidas pela Lava Jato, além de duas unidades de refino (Abreu e Lima, em Pernambuco, e Comperj, no Rio), duas plantas de fertilizantes em 18 estaleiros ameaçados de paralisação com impactos em torno de R$ 423,8 bilhões para a economia brasileira.

 Com informações do Tribuna da Bahia
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