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Maria da Penha conta como elaboraria a redação do ENEM 2015

Maria da Penha Maia Fernandes, 70 anos, elogiou o tema e o conteúdo dos textos de apoio da prova da redação do Enem 2015. A ativista, que dá nome à lei contra a violência doméstica, se colocou no lugar dos estudantes e contou como escreveria a sua proposta de intervenção na prova. Ela descobriu o tema da redação do Enem 2015 quando estava sendo homenageada em um evento no Recife (PE).

“Uma menina que tinha feito o Enem se aproximou de mim, pediu uma foto e falou: ‘a senhora soube que a redação foi sobre a Lei Maria da Penha?”, revelou.

“Fiquei feliz, o tema realmente está na boca do povo agora. Plantou uma semente”, explicou Maria, que é de Fortaleza e, em 1983, ficou paraplégica depois de seu marido tentar assassiná-la com um tiro nas costas, enquanto ela dormia. O agressor foi condenado, mas foi solto depois de cumprir parte da pena. Hoje está livre.

A ativista afirma que não parou para pensar na quantidade exata de pessoas que fizeram a prova de redação, mas diz que ele é “muito significativo”, e um sinal de que “a lei está sendo comentada e conhecida na vivência de cada um e também na escola, porque despertou nas pessoas a necessidade realmente de conhecer o funcionamento da lei, e de entender mais profundamente a situação”.

Maria da Penha elogiou o conteúdo dos textos de apoio da prova de redação, que levantaram uma série de dados sobre a violência contra a mulher: números históricos sobre assassinatos de mulheres, tipos de violências mais denunciados no Disque 180, que, segundo o levantamento divulgado na prova, já recebeu 237 mil relatos de agressão contra mulheres, a questão sobre o feminicídio e estatísticas sobre a aplicação real da Lei Maria da Penha, que está perto de completar dez anos.

“Foram muito felizes os tópicos, deu um direcionamento no que o aluno pode escrever, e realmente o poder público precisa estar mais presente para que a lei funcione com mais rapidez e as mulheres possam evitar o assassinato de mulheres”, comentou ela, destacando um dos números apresentados na prova, o de que apenas 33% dos casos denunciados entre 2006 e 2011 chegaram a ser julgados.

Em entrevista ao portal G1, Maria da Penha contou como elaboraria a sua proposta de intervenção social na redação do Enem.

“[Minha proposta] seria a de investir na educação para conscientizar as pessoas de que as mulheres, em seus relacionamentos, têm que ter seus direitos humanos respeitados. A educação trabalha nesse sentido, do respeito ao outro”, explicou ela.

“E também que haja uma mudança da cultura machista, com a criação das políticas públicas onde a mulher possa denunciar, possa ser protegida, e o seu agressor possa ser punido. A finalidade da lei é exatamente punir o agressor. A gente não quer punir o homem, a gente quer punir o homem que não respeita sua mulher.”

O motivo final de comemoração pela abordagem do tema pelo Enem, na visão dela, são os desdobramentos que podem ir além da nota que cada candidato ou candidata vai receber no fim deste ano, após a correção das redações. “Num futuro próximo, os estudantes que ontem fizeram o Enem vão ser os profissionais que vão atender os casos previstos na Lei Maria da Penha.”

Fonte: Portal G1

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