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Interesse Público

Com representantes de vários setores, Câmara discute regulamentação do transporte alternativo

Na manhã da última sexta-feira, 17, a Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) debateu o transporte coletivo e alternativo da cidade. A discussão aconteceu em sessão especial, fruto da iniciativa do mandato do vereador Adinilson Pereira (PSB).

Além dos vereadores, a Casa recebeu para a discussão o secretário municipal de Mobilidade Urbana, José Antônio de Jesus Vieira, o secretário municipal de Serviços Públicos, Esmeraldino Correia, a coordenadora de transportes da Secretaria de Mobilidade Urbana, Valéria Schettini, o gerente da Viação Cidade Verde, Sérgio Hubner, o gerente da Viação Vitória, Cláudio Vinícius Andrade, o presidente da Associação dos Taxistas, Nilson Pinheiro, o presidente da Associação dos Vanzeiros, João Paulo Soares e o presidente da Cootatevc, Paulo Sérgio Telles.

Coronel Esmeraldino Correia

Coronel diz que transporte alternativo será regulamentado – O secretário municipal de Mobilidade Urbana, Coronel Esmeraldino Correia, defendeu a regulamentação do transporte alternativo na cidade. De acordo com ele, o transporte alternativo está conseguindo atender a uma demanda existente na cidade.

O secretário apontou as regulamentações já ocorridas em Salvador e em Feira de Santana, defendendo que o mesmo ocorra em Vitória da Conquista. “Vitória da Conquista terá sim o seu transporte alternativo regularizado”, garantiu o coronel.

Cláudio Vinícius Andrade

Sistema está ultrapassado – O gerente da Viação Vitória, Cláudio Vinícius Andrade, afirmou que o problema do transporte em Conquista é crônico, vem desde uma licitação de 1997. Ele lembrou que já passaram várias empresas pela cidade e todas tiveram problemas porque o jeito que se trata esse serviço está ultrapassado. Para o gerente é necessário fazer novos estudos e identificar novas modalidades de transporte. Em sua fala, admitiu que a empresa passa por dificuldades. “Nós fizemos um TAC [Termo de Ajuste de Conduta] com a Prefeitura. Estamos trabalhando para que esse TAC seja regularizado o mais rápido possível. Estamos passando por um processo de reestruturação”, disse e emendou: “Do jeito que está indo a situação não vai se concretizar”.

Conforme Vinícius as empresas investem, cada um, cerca de R$ 500 mil para se manterem e a situação não vai mudar somente com a substituição delas. “O contrato que foi assinado em 2014, hoje ele já existe um prejuízo de aproximadamente R$ 13 milhões para cada empresa”, detalhou. Ele finalizou a fala indagando se o transporte alternativo vai garantir as gratuidades, a meia passagem, o acesso a deficientes, por exemplo.

José Antônio de Jesus Vieira

Prefeito não quer prejudicar empresas – O secretário de Mobilidade Urbana, José Antônio de Jesus Vieira, afirmou que, apesar de apenas dois meses de gestão, o prefeito Herzem Gusmão  “já teve a coragem de enfrentar diversos problemas, incluso neles o problema  crucial – que é o transporte”. Em sua fala, frisou que a cidade tem mais de dois mil quilômetros de ruas, a maioria em péssimo estado. Conforme o secretário, o prefeito “não quer prejudicar empresa de transporte urbano nenhuma” e busca a manutenção delas associada à melhoria das condições de atendimento à população. “Seria melhor criar uma regulamentação determinando como funcionar e que todas essas empresas que fazem o transporte que elas sejam fiscalizadas, que atendam a população um conforto melhor relacionado tanto ao transporte quanto ao horário”, disse. Vieira ressaltou que em outros lugares do mundo modalidades diferentes de transporte convivem estabelecendo possibilidades de escolha para o usuário, “sem prejudicar empresa de transporte de ônibus, sem prejudicar táxi ou outro tipo de transporte”.

Sérgio Hubner

Mobilidade urbana não admite erros – O gerente da Viação Cidade Verde, Sérgio Hubner, disse que a discussão sobre a mobilidade urbana é bastante delicada, que não admite erros de curso e não pode ser tratado de forma superficial.

Hubner assegurou que o edital que vem sendo cumprido pelas empresas exploradoras o transporte alternativo de Vitória da Conquista oferece aos conquistenses um sistema de transporte de qualidade. “O edital fez com que a população experimentasse pela única vez  80 ônibus 0 KM”, disse o gerente.

Segundo Sérgio, apesar de estar cumprindo o contrato, as empresas estão com as condições financeiras desequilibradas. “Antes de criar um novo modal, temos que salvar o que já está em curso”, disse ele apontando, inclusive, que o transporte alternativo não deu certo em nenhuma cidade brasileira que o regulamentou.

João Paulo Soares

Transporte alternativo é uma realidade em Conquista – João Paulo Soares – O presidente da Associação de vanzeiros, João Paulo Soares, apontou que o transporte alternativo, mesmo sem regulamentação, atende a cidade. “Somos uma realidade no município”, apontou o representante dos vanzeiros.

Segundo ele, o transporte coletivo regular não consegue atender completamente à demanda da cidade, de modo que o transporte alternativo cresceu nessas falhas do transporte regulamentar. Soares apontou que a regulamentação é importante para que regras sejam criadas a fim de organizar o transporte alternativo para que ele atenda à população da melhor forma possível, evitando a ação de oportunistas.

Valéria Schettini

Interesse no diálogo – A coordenadora de transportes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, Valéria Schettini, disse que a discussão é de total interesse da gestão do Governo Municipal. “Nós já havíamos conversado tanto com os vanzeiros como com as empresas e procuramos também abrir o diálogo com o Ministério Público sobre esse processo de regulamentação”, explicou a coordenadora, que apontou ser complicado alinhar interesses da população, das empresas do transporte coletivo e o transporte alternativo.

Schettini disse que a atual situação de dificuldades do transporte coletivo é fruto de uma desatenção histórica com o setor nos últimos anos. De acordo com ela, o contrato com as empresas do transporte coletivo não torna ilegal o transporte alternativo por ter algumas características diferentes, como por exemplo o transporte de passageiros em pé, que não pode ser realizado nas vans.

A coordenadora reconheceu a importância do transporte alternativo. “O transporte complementar vai atender demandas de bairros mais distantes que o transporte coletivo não atende”, explicou ela. “A gente tem que pensar na configuração desse tipo de transporte sobretudo para a população de Vitória da Conquista, não no interesse simplesmente das vans, do transporte coletivos ou dos taxistas”, completou.

Nilson Pinheiro

Taxistas cobram posição da prefeitura – O presidente da Associação dos Taxistas, Nilson Pinheiro, questionou o sistema atual do transporte coletivo e o contrato que assegura exclusividade para as duas empresas de ônibus que ganharam a última licitação. Sobre a atuação das vans cobrou uma posição urgente da Prefeitura em relação à legalização ou não. “O que não podemos aceitar em hipótese alguma é aceitar o transporte do jeito que se encontra”, disse. Ele denunciou que carros de passeio vem transportando clandestinamente passageiros. “Sabemos que o transporte individual deverá ser feito pelos taxis de nosso município”, falou. O presidente exigiu uma posição mais assertiva da prefeitura com uma maior fiscalização. Em sua fala, Nilson cobrou a resolução do impasse com a proibição da parada de ônibus intermunicipal na Avenida Juracy Magalhães e na Bartolomeu de Gusmão. A situação prejudica, segundo o taxista, os profissionais do ponto de taxi 13, no Gancho, e os passageiros. Nilson sugeriu que, no caso do Gancho, as paradas passem a acontecer no apoio construindo pela empresa Rota.

Paulo Sérgio Telles Rodrigues

Os dois tipos de transporte podem andar juntos – O diretor presidente da COOTATEVC, Paulo Sérgio Telles Rodrigues, sentenciou que o transporte alternativo é uma realidade no município, ganhou espaço nas falhas do transporte feito pelas empresas de ônibus. Ele acredita que com a regularização os dois tipos podem andar juntos e atender as demandas dos usuários. Segundo Paulo, o quantitativo de ônibus não dá conta do sistema e o maior prejudicado é o usuário. O presidente frisou que as empresas investiram e têm direito ao lucro, mas é preciso dinamizar o sistema. Em sua fala, ressaltou que a cooperativa que preside está legal e regular é para poder atender a população.

Hermínio Oliveira (PPS)

Presidente defende regulamentação – O presidente da Casa, Hermínio Oliveira (PPS), lembrou que vem pautando a discussão sobre o transporte em Vitória da Conquista a algum tempo. Ele defendeu a regulamentação do transporte alternativo, que segundo ele, supre as falhas do transporte coletivo. “Eu sou a favor do transporte alternativo”, declarou.

Segundo Hermínio a Viação Vitória tem enfrentado dificuldades, principalmente de ordem financeira, estando, inclusive inadimplente com a Prefeitura. “Já foram presos mais de 30 ônibus por inadimplência e está também inadimplente com Prefeitura”. (Fonte: Ascom CMVC)

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