Conquista: Música, diversidade e inclusão social marcam 15ª edição do Festival Suíça Baiana

A abertura do evento ficou marcada pela música erudita, com a Orquestra Conquista Sinfônica e o menestrel Elomar Figueira Melo, que aos 87 anos participou pela primeira vez do Festival Suíça Baiana. Com sorrisos e afagos ao público, Elomar e a orquestra regida pelo maestro João Omar Carvalho Melo encantaram com histórias e a beleza de suas óperas “sertânicas”.

Segundo o produtor cultural da Secretaria Municipal de Cultura e organizador do Festival, Gilmar Dantas, a estimativa é de receber 3 mil pessoas durante o final de semana. “A expectativa é a melhor possível. A cada ano, a gente vem crescendo e a gente implementou uma estrutura muito legal, que é essa estrutura de dois palcos alternando entre um show e outro. Com isso a gente ganha espaço para o público, fica mais confortável e aumenta a capacidade do espaço”, destacou Gilmar.

Segunda a se apresentar, a cantora ilheense Laiô destacou a importância do apoio a eventos deste porte. “Espaços como o Suíça Baiana são extremamente importantes para nós, mulheres, que ainda enfrentamos apagamentos nas nossas trajetórias. Esses festivais fortalecem a arte independente e criam novas conexões para que nossa música chegue a mais pessoas”, afirmou Laiô.

Ainda neste sábado, também se apresentaram J. Velloso & Recôncavo Experimental, Osala, Oderiê Y As Flechas, Cabokaji, Bione e o artista nigeriano ChingyKlean, além da cantora Laiô, que trouxe ao palco reflexões sobre a representatividade feminina e o papel das artistas independentes.

Encerrando a noite, a banda gaúcha Nenhum de Nós, com 39 anos de carreira, faz sua estreia em Vitória da Conquista como uma das grandes atrações do evento.

Inclusão, sustentabilidade e acessibilidade

Desde 2022, o Festival Suíça Baiana se consolidou como um evento gratuito e inclusivo, após a aprovação da Lei Municipal nº 2.415/2020, que ampliou o acesso de estudantes, professores da rede pública e jovens de áreas periféricas.

Além das apresentações musicais, o Festival realiza ações educativas em escolas públicas, garantindo que novos públicos tenham a oportunidade de vivenciar experiências culturais.

Nesta edição, a acessibilidade ganha destaque com a presença de intérpretes de Libras e o uso da Prancha de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA), que auxilia pessoas no espectro autista na interação com o público e nas atividades do evento.

O psicólogo Raffael Silva, que participou pela primeira vez do Festival, elogiou o compromisso com a inclusão: “Achei incrível perceber esse cuidado. Eu trabalho com crianças neurodivergentes e ver um festival que incorpora comunicação alternativa e acessibilidade é inspirador. Eventos assim mostram que cultura e inclusão podem caminhar juntas.”

Domingo com grandes atrações

O segundo dia de festival promete manter o ritmo e a variação de estilos com as apresentações das bandas Pipa, Tiquequê, Kidsgrace, Drenna, Canto Cego, Dona Iracema, Jambu, Black Pantera, Flor ET e Vivendo do Ócio.