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Após queda, número de fertilizações in vitro volta a crescer no Brasil

Após uma queda em 2016, o número de fertilizações in vitro voltou a crescer no Brasil e chegou a um total de 36.307 ciclos realizados em 2016. Os dados são do relatório Sisembrio mais recente divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os mais de 36 mil ciclos originaram mais de 340 mil óvulos, uma taxa de fertilização de 76%. Ou seja, a cada 10 óvulos fecundados, 7,6 deram origem a um embrião. Segundo Philip Wolff, especialista em biotecnologia, esta taxa mostra que o Brasil não fica atrás dos países mais desenvolvidos.

“Do ponto de vista estatístico, o Brasil é um pais de ponta para tratamentos de reprodução assistida sendo que só a região sudeste corresponde a 65% dos tratamentos realizados no Brasil. Nossas taxas de sucesso são excelentes e se equiparam aos países europeus e aos EUA”.

Segundo a Anvisa, considera-se como ciclo realizado de fertilização in vitro, os procedimentos médicos nos quais a mulher é submetida à produção (estímulo ovariano) e retirada de óvulos para realizar o procedimento.

Fertilizações in vitro no Brasil
de 2014 a 2017
ciclos realizados201420152016201726k28k30k32k34k36k38k

2014
● : 27.871
Fonte: Anvisa

O acesso à técnica de fertilização in vitro no mundo ainda é restrito. Mesmo com o avanço de técnicas, o tratamento ainda é caro na maior parte dos países. No Brasil, custa entre R$15 mil e R$ 20 mil geralmente.

Para Dirceu Pereira, ginecologista da clínica Genics e doutor em obstetrícia, a fertilização in vitro ainda é uma técnica utilizada por casais com renda média para superior

“Houve uma onda, até 2014, de ascenção da classe menos favorecida. Porém com a regressão da situação financeira do país até o momento ( alto índice de desemprego e baixa renda ) houve um recrudescimento. Fato notório é o aumento significativo da procura pelo procedimento de mulheres em idade próxima de 40 anos, em decorrência de novo casamento ou opção por uma gestação após o sucesso profissional e financeiro”, explica.

Já para Wolff o Brasil precisa melhorar em alguns pontos. O principal deles sendo a diminuição de impostos dos materiais usados no processo para que o acesso se torne mais universal.

“No Brasil, há muito que se melhorar em termos de legislação, transparência e acessibilidade dos casais ao tratamento – isto é – acesso à informação e diminuição dos impostos sobre os insumos e maquinário seria de grande valia para aumentarmos a abrangência desta tecnologia para todas as pessoas”, explica.

Antes um problema, as clínicas brasileiras já se adaptam para receber cada vez mais embriões congelados: “As clínicas de reprodução assistida conseguem expandir o acolhimento pela criopreservação, ampliando espaço físico e recursos humanos”, explica Pereira.

 Embriões abandonados

Por outro lado, poucas pessoas doam embriões no país, seja para a ciência ou para outras famílias. Muitos dos embriões congelados em clínicas acabam abandonados e as clínicas não têm autonomia para decidir o que fazer com eles.

“Lamentavelmente, um percentual significativo de pacientes, por várias razões, não retorna à clínica após algum tempo para transferir ou retirar os embriões”- Pereira, ginecologista.

“Esse fato constitui um problema pois o custo de manutenção não é desprezível. Muitos casais não respondem à chamada das clínicas caracterizando um ‘abandono’ injustificado”, completa.

Pereira explica que existe no formulário do termo de consentimento a opção prévia de doação do embrião para pesquisa após 3 a 5 anos. Mas mesmo amparado em norma do Conselho Federal de Medicina, a insegurança jurídica do país pode gerar problemas para as clínicas de reprodução assistida, caso o casal reapareça tempo depois solicitando os embriões.

“Infelizmente ainda não temos legislação específica na nossa área. Há 30 anos o Congresso Nacional vem postergando a votação de uma lei que possa dar segurança jurídica”, completa.

Além disso, Wolff explica que outros motivos, como religião, impactam na decisão e os casais preferem não ceder os embriões para pesquisa.

Segundo o Sisembrio, em 2017, apenas 122 embriões foram doados para pesquisas com células-tronco embrionárias. Uma pequena melhora em relação aos últimos dois anos, quando a taxa não chegava a 100 embriões doados.

De acordo com informações do relatório, desde a aprovação da Lei de Biossegurança, que estabelece também as normas de segurança para utilização de células-tronco para fins de pesquisa e terapia, foram doados 1.363 embriões para a realização de pesquisas com células-tronco embrionárias no Brasil.

Fonte: G1

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