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Ministro não comenta crítica de Bolsonaro ao Enem e diz que cabe ao presidente eleito gestão a partir de 2019

O ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, não quis comentar neste domingo (11), em uma entrevista de balanço do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2018, as críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro a questões aplicadas aos estudantes no primeiro dia do processo, no último domingo (4).

Na sexta-feira (9), em meio a uma transmissão ao vivo no Facebook, Bolsonaro comentou questão do Enem aplicada no domingo passado (4) sobre o “dialeto secreto” de gays e travestis. O futuro presidente da República, que tomará posse em 1º de janeiro, afirmou na rede social que, a partir do ano que vem, “não vai ter questão desta forma” no Enem porque o Palácio do Planalto vai “tomar conhecimento da prova antes”.

“Podem ter certeza e ficar tranquilos. Não vai ter questão desta forma ano que vem, porque nós vamos tomar conhecimento da prova antes. Não vai ter isso daí”, declarou Bolsonaro no Facebook.

Bolsonaro diz que a prova do Enem vai mudar em 2019

Ao ser questionado sobre a declaração do presidente eleito durante a entrevista coletiva concedida na noite deste domingo para apresentar o balanço da etapa final do Enem, o ministro da Educação evitou fazer avaliação sobre o conteúdo da fala de Bolsonaro.

“Nós não comentaremos as questões em si e cabe ao presidente eleito, é um mandato dado pelos brasileiros, fazer a gestão do Brasil a partir de 1º de janeiro, e isso inclui políticas públicas, processos e tudo mais. Então, caberá ao presidente, a partir de janeiro, com sua equipe, fazer as discussões”, minimizou Rossieli, que foi anunciado nesta semana pelo governador eleito de São Paulo, João Doria, como futuro secretário de Educação do estado.

“Nós estamos trabalhando para cumprir o calendário. Estamos muito felizes com a realização do Enem neste ano, que é um grande sucesso, é um absoluto sucesso, para todos nós. Acho que esse é o sentimento de toda a equipe e das milhares de pessoas que estão em todo o Brasil”, complementou o titular da Educação.

A presidente do Inep, Maria Inês Fini, afirmou, ao ser questionada sobre as críticas de Bolsonaro às perguntas relacionadas com gays e travestis, que todas as opiniões e sugestões são próprias do regime democrático. “Eu acho que isso é absolutamente normal”, enfatizou.

Como é feita a prova do Enem

O Enem é realizado desde 1998 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), uma autarquia do Ministério da Educação. Em 2009, o Enem se transformou em um exame para ser usado como acesso ao ensino superior.

O exame usa uma metodologia diferente dos vestibulares tradicionais e, por isso, as questões não são todas elaboradas por uma mesma equipe: são retiradas de um banco de itens com milhares de questões já feitas durante vários anos por muitos professores.

Todas as questões precisam exigir pelo menos uma das habilidades que constam na matriz de referência do Enem – trata-se do “currículo” de conteúdos que podem cair na prova.

Cada item representa o conjunto da questão e de todas as informações sobre essa questão, como, por exemplo, a habilidade que ela exige e o nível de dificuldade.

Segundo o Inep, a elaboração de uma única questão do Enem passa por um processo com dez etapas diferentes, que pode levar mais de um ano. Essas etapas incluem:

A contratação e capacitação de professores para elaborarem as questões

Pelo menos duas revisões da questão por especialistas

O “pré-teste” das questões em uma amostra de estudantes com o perfil dos candidatos do Enem

Uma análise pedagógica para definir se a questão pode finalmente ser incluída no Banco Nacional de Itens (BNI)

Uma vez no BNI, a questão fica à disposição para ser usada em alguma edição do Enem. Na hora da montagem da prova, a pequena equipe de servidores do Inep que faz o trabalho de seleção das questões precisa escolher 45 itens de cada prova objetiva seguindo um equilíbrio entre a pedagogia – já que a prova precisa avaliar uma grande quantidade de conhecimentos – e a estatística – na medida em que o exame também precisa ter um número similar de questões fáceis, médias e difíceis para poder selecionar adequadamente os candidatos.

Todos os anos, uma pequena equipe de servidores do Inep monta três versões das quatro provas objetivas: duas delas são aplicadas todos os anos, na edição regular e no Enem PPL, para pessoas privadas de liberdade. Uma terceira fica como “reserva”, para o caso de algum imprevisto ou emergência.

Fonte: G1

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