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Presidente do Equador declara ‘conflito armado interno’ e põe Exército contra facções criminosas após onda de violência; país tem toque de recolher

Homens armados e com os rostos escondidos invadiram os estúdios do canal de TV estatal TC Televisión, da cidade de Guayaquil, no Equador, nesta terça-feira (9). Eles afirmaram que têm bombas, e sons semelhantes aos de disparos foram ouvidos. A Polícia Nacional do Equador disse que prendeu os responsáveis pelo ato.
Um homem encostou uma arma no pescoço de um apresentador.
Os homens mantêm pessoas como reféns e houve disparos dentro do estúdio, segundo o site de uma outra TV, a “Ecuavisa”.
Segundo o jornal “El Universo”, um artefato explosivo foi colocado na recepção do canal e há indicações que mais de 10 pessoas entraram no canal foram ao estúdio do programa El Noticiero, que estava sendo transmitido ao vivo.
Novo presidente
Noboa, de 36 anos, é o presidente mais jovem do Equador e chegou ao poder com a promessa de atacar com firmeza os grupos de traficantes, ligados a cartéis colombianos e mexicanos. Ele foi eleito em outubro.
O estado de exceção estará em vigor por 60 dias em todo o país, incluindo nas penitenciárias. A medida inclui um toque de recolher de seis horas, entre 23h e 5h, horário local (das 01h às 07h em Brasília).
A sede presidencial e as estações de metrô de Quito estão militarizadas.
A declaração de estado de exceção permite às Forças Armadas intervir no sistema prisional, onde na segunda-feira se registrou a retenção de um número indeterminado de guardas. O órgão que o administra (SNAI) não indicou se foram libertados.
“Não vamos negociar com terroristas nem descansaremos até devolvermos a paz aos equatorianos”, afirmou Noboa, em vídeo publicado em sua conta no Instagram. O presidente atribuiu o ataque às prisões como uma retaliação por suas ações para “recuperar o controle oficial” dos presídios.
Noboa anunciou na semana passada que construirá dois presídios de segurança máxima nas províncias de Pastaza e Santa Elena , ao estilo das construídas pelo presidente salvadorenho, Nayib Bukele, em sua guerra contra as gangues.
Nesta terça-feira, indígenas da Amazônia convocaram protestos pacíficos para rejeitar este projeto prisional em seu território biodiverso e produtor de petróleo.
Guerra às drogas
Localizado entre a Colômbia e o Peru, os maiores produtores mundiais de cocaína, o Equador deixou de ser uma ilha de paz para se tornar um forte de guerra às drogas. O ano de 2023 terminou com mais de 7,8 mil homicídios e 220 toneladas de drogas apreendidas, novos recordes no país de 17 milhões de habitantes.
Desde 2021, os confrontos entre presidiários deixaram mais de 460 mortos. Além disso, os homicídios nas ruas entre 2018 e 2023 cresceram quase 800%, passando de 6 para 46 por 100 mil habitantes.
Fonte: G1