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Em Salvador, ministro da Defesa participa de reunião sobre ações contra óleo no litoral: ‘Praias do Nordeste são símbolos do Brasil’

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, esteve em Salvador nesta quarta-feira (30) para acompanhar as ações de prevenção, monitoramento e limpeza das praias afetadas pelas manchas de óleo que chegaram na Bahia no início de outubro.

Após a reunião, o ministro conversou com a imprensa e disse que medidas estão sendo tomadas para que as praias sejam limpas o mais rápido possível. “As praias do Nordeste são símbolos do Brasil”, Fernando Azevedo e Silva.

O ministro chegou por volta das 18h30 no aeroporto de Salvador. De lá, ele seguiu para o Comando do 2° Distrito Naval, no bairro do Comércio, onde chegou por volta das 19h10. Junto com uma equipe da Marinha e do Ibama, ele foi à sala onde é feito o monitoramento das áreas afetadas pelas manchas.

Após o encontro, o ministro falou sobre o que o governo e os órgãos federais estão fazendo para que se resolva a situação das manchas no mar do Nordeste. Disse ainda que a Polícia Federal já instaurou um inquérito para investigar as causas das manchas.

“Temos três fases. A de apuração, para descobrirmos a causa do óleo. Outra fase é a contenção: tentar identificar o local [do vazamento] no mar, para fazer a contenção. E a terceira fase é o reparo dos danos”, disse.

O ministro falou que embarcações da Marinha e do Ibama já foram colocadas na região sul da Bahia, principalmente na área do Parque Nacional de Abrolhos, local que sofre ameaça do óleo.

Antes de chegar à capital baiana, o ministério foi às cidades de Belém e Recife, onde visitou os Centros Operacionais da “Operação Amazônia Azul – Mar limpo é Vida”, também para investigação, combate e prevenção das manchas.

Até o momento, Belmonte é o município mais ao sul da Bahia até agora afetado pelo óleo que atinge o litoral do Nordeste do país. A cidade fica a cerca de 100 km (em linha reta) do chamado Banco dos Abrolhos, área que abriga a maior biodiversidade marinha do Atlântico Sul.

A chegada do óleo em Belmonte foi registrada na terça-feira (30) pela Defesa Civil — nesta quarta (30), o óleo também chegou no município de Camamu e, com isso, o número de cidades afetadas pelos resíduos na Bahia subiu para 24.

A proximidade de Belmonte com a área de Abrolhos preocupa moradores e ambientalistas pelos impactos que o óleo pode provocar caso chegue ao banco. O Banco de Abrolhos tem área total de 48.899 km². Segundo o biólogo Eduardo Camargo, do Instituto Baleia Jubarte, o banco vai da Ponta do Corumbau, no município baiano de Prado, há cerca de 100 km de Belmonte, até o norte do Espírito Santo.

Dentro da área do Banco de Abrolhos está o chamado Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, a cerca de 100 km depois da Ponta do Corumbau. O parque é a única área totalmente protegida dentro do banco, por conta da sua biodiversidade, e ocupa somente 1,8% do território (882 km²). De Belmonte até o parque, são cerca de 200 km² (em linha reta).

Em Abrolhos, as águas quentes e cristalinas formam o ambiente ideal para as espécies de corais. Os recifes crescem em forma de imensos cogumelos chamados chapeirões, que não existem em mais nenhum outro lugar do mundo. Já as algas marinhas crescem sobre o fundo de areia, compondo, juntamente com as gorgônias, o que se pode chamar de “pradarias submarinas”.

O Banco de Abrolhos também é berço da baleia jubarte, que faz dessa região seu refúgio de reprodução e amamentação, entre os meses de julho e novembro.

Preocupados e na tentativa de evitar que o óleo chegue à região de Abrolhos, muitos pescadores montaram uma verdadeira ‘operação de guerra’, com o auxílio de voluntários. Sem recursos emergenciais ou equipamentos do poder público, eles usam materiais dos próprios pescadores ou disponíveis no ambiente, como barcos de variados tamanhos, puçás, redes e cortinas feitas com siripoias e galhos de casuarina.

Ministro se reuniu com representantes da Marinha e do Ibama — Foto: Maiana Belo/G1 Bahia

Marinha monitora

Conforme a Marinha, navios deslocados para o Arquipélago ficarão posicionados, de modo a monitorar uma área de cerca de 22 mil quilômetros quadrados no entorno do Arquipélago de Abrolhos — Foto: Divulgação/Marinha

Por meio de nota divulgada nesta quarta-feira (30), a Marinha informou que, observada a tendência de deslocamento de vestígios de substâncias oleosas em direção ao sul da Bahia, está sendo intensificado o monitoramento na área do entorno do Arquipélago de Abrolhos, deslocando mais meios em direção ao Sul da Bahia.A intenção, segundo a Marinha, é ampliar a cobertura para a visualização de manchas na água e o seu recolhimento, caso detectadas.Conforme a Marinha, os navios deslocados para o Arquipélago ficarão posicionados, de modo a monitorar uma área de cerca de 22 mil quilômetros quadrados no entorno do Arquipélago de Abrolhos, área equivalente ao Estado de Sergipe.Nesta quarta pela manhã, militares e técnicos do IBAMA sobrevoaram a região, em uma aeronave da Petrobras.A Marinha disse que o Ibama mantém o monitoramento por satélite e, diariamente, equipes de militares monitoram a área costeira, por terra, em coordenação com órgãos ambientais e prefeituras da região, participando da limpeza de resíduos porventura encontrados nas praias.

Conforme a Marinha, navios deslocados para o Arquipélago ficarão posicionados, de modo a monitorar uma área de cerca de 22 mil quilômetros quadrados no entorno do Arquipélago de Abrolhos — Foto: Divulgação/Marinha

Outras regiões atingidas

As manchas de óleo voltaram a atingir a Praia de Pratigi, na cidade de Ituberá, no baixo sul da Bahia, nesta quarta-feira (30). Durante a manhã, uma grande quantidade da substância foi recolhida do local e, até por volta das 13h, equipes da prefeitura e voluntários seguiam no trabalho de limpeza.

Segundo a administração municipal, ao menos 13 toneladas já foram retiradas das praias do município, sem levar em conta o material recolhido nesta quarta.Também nesta quarta-feira, a lista de cidades afetadas no estado foi atualizada, com a entrada de Camamu.a terça-feira (29), a Defesa Civil da Bahia informou que, além de Belmonte, o óleo também tinha chegado à cidade de Taperoá e o município tinha decretado situação de emergência, mas depois o órgão corrigiu a informação e disse que, apesar do decreto de emergência, o município não foi afetado.Taperoá não tem praia, apenas estuários e manguezais, e como tem muita coleta de peixe e mariscos, o comércio está afetado, pois os pescadores não conseguem vender os peixes, por conta da chegada do óleo em municípios vizinhos, como Ituberá e Camamu. Taperoá decretou emergência por está sendo afetada economicamente e não por conta do óleo diretamente.

Manchas de óleo se espalham em Ilhéus e pescadores tentam minimizar prejuízos

O governador da Bahia em exercício e vice, João Leão, assinou um Decreto Estadual de Emergência para liberação de recursos para mais 15 municípios do estado, na terça. Ilhéus é uma deles. Os outros 14 são: Belmonte, Cairu, Camamu, Canavieiras, Igrapiúna, Itacaré, Itaparica, Ituberá, Maraú, Nilo Peçanha, Taperoá, Una, Uruçuca e Valença.No dia 14 de outubro, Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Lauro de Freitas já tinham recebido a liberação dos recursos, totalizando 21 cidades.Segundo a assessoria do governo, com o decreto fica autorizada a mobilização de todos os órgãos estaduais, no âmbito das suas competências, nas ações de resposta ao desastre, reabilitação e reconstrução dos cenários.

Manchas na Bahia

As manchas de óleo começaram a chegar no estado em 3 de outubro, quase um mês após o início do problema no país. O estado foi o último a receber a substância.Mais de 300 praias já foram afetadas pelo óleo em todo o Nordeste. Na Bahia, são ao menos 75 localidades.As cidades afetadas no estado são Camamu, Belmonte, Taperoá, Valença, Nilo Peçanha, Jaguaripe, Salvador, Conde, Mata de São João, Vera Cruz, Una, Ituberá, Uruçuca, Canavieiras, Igrapiúna, Itacaré, Entre Rios, Ilhéus, Cairu, Maraú, Itaparica, Lauro de Freitas, Camaçari, Esplanada e Jandaíra.

Lista de locais afetados na Bahia:

Camamu (195 km de Salvador – extremo sul do estado)

Ilha Grande (praia)

Belmonte (579 km de Salvador – sul da Bahia)

Nome da praia não foi divulgado;

Valença (123 km de Salvador – baixo sul do estado)

Praia de Taquari (praia)

Nilo Peçanha (152 km de Salvador – baixo sul)

Barra dos Carvalhos (praia)

Praia do Pratigi (praia)

Jaguaripe (101 km de Salvador – recôncavo baiano)

Praia dos Garcês (praia)

Praia de Pirajuia (praia)

Una (525 km de Salvador – sul do estado)

Praia de Comandatuba (praia);

Ituberá (169 km de Salvador – baixo sul do estado)

Barra do Serinhaém (praia);

Praia de Pratigi (praia);

Ilha de Kieppe (praia);

Uruçuca (412 km de Salvador – sudoeste do estado)

Nome da praia não foi divulgado;

Canavieiras (423 km de Salvador – sul do estado)

Praia de Atalaia;

Igrapiúna (179 km de Salvador – sudoeste do estado)

Nome da praia não foi divulgado;

Itacaré (390 km de Salvador – sul do estado):

Tiririca (praia);

Itacarezinho (praia);

Ilhéus (300 km de Salvador – sul do estado)

Praia do Norte (praia);

Praia da Avenida Soares Lopes (praia);

Praia da Ponta do Ramo (praia);

Cairu (300 km de Salvador – baixo sul do estado):

Segunda Praia (praia – distrito de Morro de São Paulo);

Terceira Praia (praia – distrito de Morro de São Paulo);

Quarta Praia (praia – distrito de Morro de São Paulo);

Quinta Praia (praia – distrito de Morro de São Paulo);

Praia de Moreré (praia – distrito de Boipeba);

Garapuá (praia);

Maraú (250 km de Salvador – baixo sul do estado)

Praia de Barra Grande (praia – distrito de Barra Grande);

Praia de Cassange;

Praia dos Gringos (praia – distrito de Barra Grande);

Taipú de Fora (praia);

Três Coqueiros (praia);

Saquaíra (praia);

Algodões (praia);

Itaparica (Ilha de Itaparica – RMS):

Manguinhos (praia);

Vera Cruz (Ilha de Itaparica – RMS):

Jaburu (praia);

Barra Grande (praia);

Barra do Pote (praia);

Tairú (praia);

Salvador:

Piatã (praia);

Praia do Flamengo (praia);

Jardim dos Namorados (praia);

Jardim de Alah (praia);

Praia de Placaford (praia);

Buracão (praia);

Ondina (praia);

Pituba (praia);

Boca do Rio (praia);

Stella Maris (praia);

Farol da Barra (praia);

Lauro de Freitas (cidade limítrofe – RMS):

Ipitanga (praia);

Vilas do Atlântico (praia);

Rio São Joanes (rio);

Camaçari (47 km de Salvador – RMS):

Arembepe (praia);

Guarajuba (praia);

Itacimirim (praia e manguezal);

Jauá (praia);

Mata de São João (61 km de Salvador – RMS):

Praia do Forte (praia);

Imbassaí (praia e manguezal);

Santo Antônio (praia);

Costa do Sauípe (praia);

Entre Rios (142 km de Salvador):

Subaúma (praia);

Porto de Sauípe (praia);

Massarandupió (praia);

Esplanada (170 km de Salvador):

Baixio (praia);

Mamucabo (praia);

Rio Inhambupe (rio);

Rio Subaúma (rio);

Conde (186 km de Salvador):

Barra da Siribinha (praia);

Barra do Itariri (praia);

Sítio do Conde (praia);

Poças (praia);

Rio Itapicuru (rio);

Jandaíra (205 km de Salvador):

Coqueiro (praia);

Mangue Seco (praia);

Três Coqueiros (praia);

Costa Azul (praia);

Rio Itapicuru (rio);

Rio Real (rio);

 

Fonte: G1 Bahia

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