Expressão BahiaGeral
Imperatriz Leopoldinense é a campeã do carnaval 2023 do Rio, um ano depois de retornar à elite
A vitória, 22 anos depois da última conquista, veio com uma divertida fábula sobre Lampião, o Rei do Cangaço. Leandro Vieira, que conquistou seu terceiro campeonato no Grupo Especial, retratou a vida e a morte do jagunço, barrado no inferno e no céu, à luz da cultura do cordel e num Nordeste multicolorido.
Imperatriz é a campeã do carnaval 2023 — Foto: Marcos Serra Lima / g1 Rio
“Feliz demais! Dedico esse título ao meu pai que faleceu [Luizinho Drummond]. Ele foi quem fez a Imperatriz. Eu tenho certeza de que o céu está em festa, tenho certeza de que o Complexo do Alemão está em festa. É para vocês, Complexo!”, vibrou Cátia Drummond, presidente da Verde e Branca.
Ela ainda prometeu “15 mil latas de cerveja” para a comunidade, na quadra.
Desfile das campeãs
No próximo sábado (25), a Imperatriz vai encerrar o desfile das campeãs. Segundo a Liesa, há ingressos à venda no Setor 11 da Sapucaí, somente em dinheiro.
- 6º lugar: Acadêmicos do Grande Rio
- 5º lugar: Estação Primeira de Mangueira
- 4º lugar: Beija-Flor de Nilópolis
- 3º lugar: Unidos de Vila Isabel
- Vice-campeã: Unidos do Viradouro
- Campeã: Imperatriz Leopoldinense
Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz que levou o Estandarte de Ouro, celebra as notas da escola na apuração — Foto: Alexandre Durão/g1
O Império Serrano terminou em 12º lugar e foi rebaixado para a Série Ouro.
Classificação final
- Imperatriz Leopoldinense: 269,8
- Unidos do Viradouro: 269,7
- Unidos de Vila Isabel: 269,3
- Beija-Flor de Nilópolis: 269,2
- Estação Primeira de Mangueira: 269,1
- Acadêmicos do Grande Rio: 268,6
- Acadêmicos do Salgueiro: 268,5
- Paraíso do Tuiuti: 268,3
- Unidos da Tijuca: 268,2
- Portela: 267,7
- Mocidade Independente de Padre Miguel: 266,6
- Império Serrano: 265,6
A Imperatriz liderou a apuração de ponta a ponta e, de Evolução em diante, ficou isolada na primeira colocação. A escola só perdeu dois décimos entre as notas válidas: um em Comissão de Frente e um em Evolução.
Nas últimas notas, um susto: a distância de três décimos para a Viradouro caiu para um. Se Ramos tivesse levado três 9,9, o título iria para Niterói.
O caminho da Imperatriz Leopoldinense para ganhar seu 9º título — Foto: g1
Veja como foi o desfile de Ramos
O desfile da Imperatriz contou com 3 mil componentes divididos em 24 alas, com cinco carros e dois tripés
O cordel deu as caras logo na comissão de frente.
No abre-alas, Lampião aparecia em seu cavalo sobre uma reprodução colorida do Sertão, com bois, cactos e grandes crânios bovinos. Como destaque, Matheus Nachtergaele e Regina Casé como Lampião e Maria Bonita.
Comissão de Frente da Imperatriz — Foto: Alexandre Durão/g1
Nas primeiras alas, a escola costurou a vida de Lampião e seu bando com cultura popular nordestina da época, com beatos, repentistas, cordelistas, carpideiras e mamulengueiros.
As desventuras do cangaceiro, pelo menos em vida, já terminaram no segundo carro. Não menos colorida que a primeira, a alegoria mostrava a morte do bando pela polícia.
Desse momento em diante, a Imperatriz assumiu um tom vermelho pra narrar a jornada de Lampião ao inferno.
Baianas da Imperatriz vieram de Maria Bonita — Foto: Alexandre Durão/g1
Lá, o próprio Cramulhão pede que seus demônios impeçam a entrada do cangaceiro.
A partir do terceiro carro, a escola adota o azul como cor majoritária na subida aos céus. Apesar de um lugar de paz, os santos começam uma grande batalha para expulsá-lo de lá, como foi contado no quarto carro.
Na última alegoria, que celebrava a herança cultural de Lampião, o destaque era Expedita Ferreira da Silva, filha do casal celebrado no desfile.
Fonte: G1