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Expressão Bahia

Conquista: Prefeitura e Comitê Paralímpico Brasileiro promoveram seminário sobre atividades esportivas para estudantes com autismo

O Seminário sobre Educação Física e Esporte para Estudantes com Autismo, promovido no último sábado (28), no auditório da Universidade Federal da Bahia (Ufba), reuniu profissionais da Rede Municipal de Ensino que atuam na área de educação física e nas salas de recursos multifuncionais, além de auxiliares de vida escolar e coordenadores pedagógicos.

Foi o segundo dia de atividades do evento, que, na véspera, tratou de questões relacionadas aos estudantes com Síndrome de Down. A iniciativa resulta de uma parceria entre a Prefeitura de Vitória da Conquista, através da Secretaria Municipal de Educação (Smed), e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

As atividades formativas se dividiram entre a parte teórica, pela manhã, no auditório, e as ações práticas e vivências, realizadas à tarde, no Ginásio do Centro Territorial de Educação Profissional de Vitória da Conquista (Cetep), no campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).

Dos 45 mil estudantes atualmente matriculados na Rede Municipal, aproximadamente 2.050 possuem algum tipo de deficiência, sendo cerca de 1,2 mil com Transtornos do Espectro Autista (TEA). Foi para os profissionais que lidam com esse público que o evento foi pensado.

“O objetivo principal desse seminário é trazer esses profissionais, que vêm para fazer essa formação sobre como nós podemos trabalhar as estratégias necessárias para que alunos com deficiência intelectual, síndrome de Down e autismo possam participar das atividades de movimento e de esporte”, explicou o coordenador do Núcleo Pedagógico da Smed, Ronilson Ferreira.

“Nós estamos aqui discutindo, vendo a teoria e as estratégias práticas para que esses alunos de fato possam fazer as suas atividades na escola, e não ficar apenas assistindo”, acrescentou Ronilson.

O pedagogo David Farias, que atua como coordenador de Educação Paralímpica do CPB, reforçou a necessidade de munir o público-alvo com novos conhecimentos. “Queremos estar ao lado, apoiar, subsidiar os profissionais que estão lá na base, lá na ponta, que recebem e acolhem as nossas crianças e os nossos jovens com deficiências, e também as suas famílias”, apontou Farias.

“O que a gente quer é fortalecer essa rede. Vitória da Conquista já faz esse trabalho diferenciado. Em tão pouco tempo, nós estamos revolucionando”, disse ainda o coordenador do CPB.

Compartilhando experiências

E, para reforçar esses subsídios, o seminário trouxe, entre os palestrantes, a jornalista Ana Carolina Abar, que é mãe de duas crianças – sendo que a mais velha, hoje com dez anos, é diagnosticada com TEA. Ela falou ao público sobre o impacto que o diagnóstico teve em sua família e, também, na vida profissional, já que ela abandonou a carreira jornalística para se dedicar integralmente à educação da filha com TEA – o que inclui estudos na área, a exemplo de um mestrado em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) pela Queen’s University, em Belfast, na Irlanda do Norte.

“Fiz várias outras especializações e acho que o objetivo também é dividir um pouco das estratégias que esses profissionais podem utilizar para ajudar essas crianças dentro do espectro a progredirem. E para adaptarem as aulas, os objetivos, terem metas e entenderem melhor o comportamento das crianças”, disse Ana Carolina.

A jornalista reforçou que compreende o fato de nem todas as mães terem condições de abrir mão de suas atividades profissionais para dar conta das responsabilidades advindas do diagnóstico dos filhos. “Obviamente que isso traz uma frustração muito grande e eu entendo isso como um privilégio”, disse. “Por cinco anos, fiquei fora do mercado de trabalho, me dedicando a ela integralmente, estudando, indo à terapia, levando aonde precisava levar, conhecendo os profissionais”.

‘Envolvimento e evolução’

A coordenadora do Centro Municipal de Educação Infantil Senhorinha Cairo, Cristiane Conceição de Souza, considerou “de grande relevância” a participação no seminário. Na unidade de ensino coordenada por ela, estão matriculadas 18 crianças diagnosticadas com TEA – uma delas também com Síndrome de Down. “A gente tem feito um trabalho de envolvimento e evolução dessas crianças, respeitando as suas especificidades”, contou.

“O curso que estamos tendo, aqui, é de grande relevância para nós, educadores, percebermos mais uma vez o quanto essas crianças têm possibilidade de se desenvolver, o quanto elas têm potencialidades que têm que ser trabalhadas para que adquiram competências”, afirmou Cristiane.

“Isso nos fortalece e nos dá o entendimento de que é possível, sim. E todo esse envolvimento no trabalho da Rede faz com que a gente venha a crescer. Faz com que a gente venha a se movimentar para além do capacitismo”, concluiu a coordenadora.

Fonte: Secom PMVC

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