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‘Consistência histórica’, diz diretor de documentário sobre homenagem da Mangueira a Maria Bethânia

O verde e rosa da Mangueira tomou conta da tela do cinema para mostrar a homenagem da escola de samba carioca à cantora Maria Bethânia. O desfile que homenageou a baiana foi em 2016, ano em que a Mangueira ganhou o título de campeã do carnaval do Rio de Janeiro, e foi a base de pesquisa do documentário “Fevereiros”, que estreia nos cinemas de todo o país na quinta-feira (31). [Confira o trailer abaixo].

Na época, a escola desfilou com o tema “Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá” e levou para o Sambódromo da Marquês de Sapucaí não só a história de vida da cantora, mas destacou também a relação de Bethânia com a religiosidade e a fé. A cantora é devota de Nossa Senhora, herança da mãe, Dona Canô. Já no candomblé, Bethânia relata ter características e referências em Iansã, senhora dos ventos e tempestades.

O filme-documentário do carioca Márcio Debellian acompanhou Maria Bethânia do Rio de Janeiro até Santo Amaro, cidade natal da cantora. O filme foi apresentado à imprensa na manhã desta terça-feira (29), no Espaço Glauber Rocha. Na quinta, dia da estreia “Fevereiros” será exibido em praça pública em Santo Amaro, às 21h.

“Ainda tenho muito a conhecer Santo Amaro. A maneira como se conjuga fé e festa é muito maravilhosa. Esses aspectos foram apresentados no filme conforme nos aproximamos de Santo Amaro e acompanhamos a construção do carnaval da Mangueira”, destacou o diretor.

A pré-estreia do filme ocorreu no Rio de Janeiro e São Paulo neste mês de janeiro. Já em Salvador, a pré-estreia está prevista para a noite desta terça-feira, também no Glauber Rocha. Os ingressos para a sessão de 20h estão esgotados. Até por volta das 17h, havia poucos bilhetes disponíveis para a exibição das 20h30. A compra pode ser feita no site do cinema.

Diretor do filme Fevereiros, o carioca Márcio Debellian — Foto: Maiana Belo/G1 BA

Diretor do filme Fevereiros, o carioca Márcio Debellian — Foto: Maiana Belo/G1 BA

Debellian, que está em Salvador, explicou o motivo da escolha do tema para o filme.

“Eu achava que 100 anos depois [da criação do samba] uma baiana do recôncavo ser homenageada pela escola mais popular, com enredo ligado ao candomblé, tinha um arco histórico para trabalhar. Isso me ajudou a partir. É grande a Mangueira homenagear Bethânia e tinha consistência histórica eu ir atrás disso”, disse.

No documentário, que tem cerca de 1h15, Santo Amaro, cidade do recôncavo baiano, ganhou destaque em cenas que mostram o ambiente familiar da cantora, como a casa de Dona Canô, mãe de Bethânia e Caetano Veloso.

A religião e as festas que marcaram a vida de Maria Bethânia também são representadas no documentário, como por exemplo a participação da cantora na festa secular de Nossa Senhora da Purificação, tradição de Santo Amaro.

“Fevereiros” aborda, ainda, questões históricas como o surgimento do samba, tolerância religiosa e racismo. “Vindo para Santo Amaro eu pude entender melhor esse viés religioso do recôncavo, esse universo familiar da Bethânia. Então, tudo isso é parte de um processo de documentário”, contou Debellian.

Sobre a Mangueira, o filme mostra, entre outros detalhes, o galpão da escola de samba, com os preparativos para o desfile que levou o grupo a ser campeão. Também compõem as imagens, orixás, santos católicos e amuletos usados nas alegorias como forma de representar a religiosidade brasileira dentro da cultura do país.

Diante do perfil de um documentário, de relatos, não faltaram músicas interpretadas pela cantora. Maria Bethânia, que é uma das principais intérpretes do país, aparece em trechos do filme cantando músicas como “Reconvexo”, de Caetano Veloso, “Alvorada, de Cartola e “Noite dos Mascarados”, de Chico Buarque.

Ainda no documentário, o público pode conferir, depoimentos de Caetano e Mabel Veloso, irmãos da cantora, que relembraram da infância em Santo Amaro, a relação deles e de Bethânia com a religião, entre outros.

O filme traz também de relatos do cantor e compositor Chico Buarque, do historiador Luiz Antonio Simas, além de integrantes da Mangueira, como o carnavalesco Leandro Vieira, e a porta-bandeira da escola, Squel Jorgea.

“Fevereiros” já recebeu o prêmio de Melhor Filme no 10º IN-Edit Brasil e a Menção Honrosa do Júri na competitiva Ibero-americana do 36º Festival Internacional do Uruguai.

Fonte: G1 Bahia

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