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Whindersson lamenta morte de jovem após ‘fake news’ e diz que estuda propor lei com nome dela: ‘Não queremos mais vítimas’

O humorista e influenciador digital Whindersson Nunes publicou um vídeo, neste domingo (24), em que comenta com seus quase 60 milhões de seguidores sobre os eventos trágicos que culminaram na morte da jovem Jéssica Vitória Canedo, de 22 anos, na última sexta-feira, em Araguari, no Triângulo Mineiro. A garota sofria de depressão e tirou a própria vida após ter se tornado vítima de “fake news” disparadas por uma página não-oficial de notícias nas redes sociais, que compartilhou uma falsa conversa entre ela e o artista. Nunes revela que se arrepende por ter desistido de gravar um vídeo enfatizando a inautenticidade daquele conteúdo – apesar de ter reafirmado isso por várias vezes em seus perfis –, afirma que estuda com uma equipe a criação de uma lei com o nome de Jéssica, e manda recados direcionados à mãe dela.

– Eu vou me comprometer a acompanhar as investigações edo caso e iniciar um movimento para ver se contribui para a gente criar uma lei chamada Jéssica Vitória – diz Whindersson no vídeo. – Para aprimorar a lei brasileira nesse negócio que está acontecendo agora, que são esses jornais não-oficiais. É muito perigoso, tem gente que tem muito seguidor, diz que não é uma coisa oficial, mas impacta de verdade.

Whindersson conta que, antes de o conteúdo falso ir ao ar, ele chegou a ser procurado por uma página de fofoca, que perguntou se aquela conversa era verdadeira. Ele negou e afirma que deixou o assunto para lá quando a pessoa garantiu que não compartilharia ou publicaria a imagem. Dias depois, no entanto, foi surpreendido com o falso diálogo circulando nas redes. Esclareceu que não era autêntico (“Eu não faço ideia de quem seja essa moça e isso é um print fake”), mas não foi suficiente para evitar a exposição a Jéssica Vitória. Quando ficou sabendo que a garota havia tentado se matar, por conta de toda a repercussão envolvendo seu nome, ele pensou em gravar um vídeo, mas acabou desistindo.

– Um sentimento de tristeza por não ter gravado esse vídeo, que poderia ter ajudado em alguma coisa – desabafou.

Ele estava fora do país quando recebeu a notícia da morte da jovem. No vídeo publicado nesta quarta-feira, ele manda mensagens voltadas à mãe da jovem e se coloca à disposição para apoiá-la.

– Eu sou um cara muito problemático, que tenta há muito tempo dar sentido à vida, tento me curar de abuso psicológico, abuso sexual na infância. Já passei de tudo um pouco na vida, todo tipo de coisa ruim, e eu jamais incentivaria ninguém a tirar a própria vida. Sei que não posso nem mensurar o que você (a mãe de Jéssica) está sentindo, mas se eu puder de alguma forma ajudar, fazer com que essa dor diminua – diz. – Isso tudo aconteceu porque as pessoas atacam as pessoas também. A gente não quer mais vítimas aqui.

No vídeo, Whindersson reage com emoção, também, ao lembrar de um deboche feito pelo responsável pela página “Choquei”, Raphael Sousa, numa publicação feita por Jéssica Vitória em que ela dizia que toda aquela exposição, baseada numa notícia falsa, estava lhe fazendo muito mal. “Avisa para ela que a redação do Enem já passou, pelo amor de Deus”, escreveu o dono da página, referindo-se ao tamanho do texto de desabafo. Mesmo após a morte da jovem, e reiteradas afirmações de ambas as partes de que o conteúdo era falso, o perfil ainda publicou que havia morrido a mulher “apontada como affair” do humorista.

– Quem vai ser responsabilizado é o topo da pirâmide, é quem lucra com isso – disse Whindersson em seguida. – Meus pêsames, é uma forma horrível de virar o ano… um abraço para a mãe da Jéssica e vamos atrás de ver o que a gente pode fazer para melhorar daqui para frente, pelo menos, a vida das pessoas.

O influenciador pediu ainda para que as pessoas parem de atacar umas às outras nas redes sociais. Disse que teme que o dono da “Choquei” e seus advogados possam acabar sendo agredidos.

– A Choquei soltou uma nota de um escritório de advocacia e as pessoas ja foram atacar a advogada. E eu queria dizer que isso aconteceu e só esta acontecendo porque as pessoas estão se atacando – repetiu. – O administrador da Choquei, eu já vi muita gente botando no Twitter a foto dele, “ó essa aqui e a foto do cara”, e isso às vezes pode gerar um ataque na rua, alguém pode fazer alguma coisa fisicamente com esse cara e a gente não quer mais vítimas aqui.

Ministro reagiu

No sábado (23), o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, comentou o caso da jovem Jéssica Vitória para defender a responsabilização tanto de quem propaga conteúdos falsos como das empresas responsáveis pelas redes sociais.

– A regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório – disse. – A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável. Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento.

‘Não ocorreu qualquer irregularidade’, diz página

Leia a nota da defesa da “Choquei” sobre o caso:

Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares e todos os afetados pelo triste acontecimento. Reforçamos nosso compromisso em agir com diligência e responsabilidade.

O perfil Choquei, por meio de sua assessoria jurídica, vem esclarecer aos seus seguidores e amigos que não ocorreu qualquer irregularidade na divulgação das informações prestadas por esse perfil. Cumpre esclarecer que não há responsabilidade à ser imputada pelos atos praticados, haja vista a atuação mediante boa-fé e cumprimento regular das atividades propostas.

Em relação aos eventos que circulam nas redes sociais e que foram associados a um trágico evento envolvendo a jovem Jéssica Vitória Canedo, queremos ressaltar que todas as publicações foram feitas com base em dados disponíveis no momento e em estrito cumprimento das atividades habituais decorrentes do exercício do direito à informação.

O compromisso deste perfil sempre foi e será com a legalidade, responsabilidade e ética na divulgação de informações dentro dos limites estabelecidos na Constituição Federal, em especial no art. 59, inciso IX.

Por fim, reafirmamos nosso respeito pela intimidade, privacidade, bem-estar e pela integridade“.

Fonte: O Globo

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